Dois bilhões de pessoas podem ser expostas a calor mortal até 2100, alerta estudo

AP - Michel Spingler

As políticas atualmente em vigor para tentar limitar o aquecimento global vão expor mais de um quinto da humanidade a um calor extremo e potencialmente mortal até o final deste século. A informação consta de um estudo científico divulgado nesta segunda-feira (22).

Segundo a pesquisa realizada pela universidade britânica de Exeter, a temperatura da superfície da Terra se encaminha a um aumento de 2,7°C até 2100 em relação à era pré-industrial. Isso deve levar dois bilhões de pessoas a enfrentar um calor sem precedentes, afirma o estudo publicado pela revista científica Nature Sustaintability.

Os autores explicam que esse é um dos raros trabalhos que expõem o custo humano da urgência climática. Geralmente as pesquisas abordam o ângulo dos prejuízos financeiros, mas, neste caso, o número de pessoas que serão castigadas pelo fenômeno é alarmante.

"Precisaremos de uma remodelagem profunda da habitabilidade da superfície do planeta, o que poderia resultar potencialmente em uma reorganização em grande escala dos lugares onde as pessoas vivem", afirma Tim Lenton, que dirigiu o estudo.

De acordo com a publicação, os países que mais sofrerão com a situação são a Índia, a Nigéria e a Indonésia. Essas três nações serão majoritariamente expostas a um aumento de temperaturas que pode colocar a vida das pessoas em risco.

(Com informações da AFP)


Leia mais em RFI Brasil

Leia também:
Mudança climática: França registrou em 2022 ano mais quente da história
Aquecimento global vai acabar com metade das geleiras da Terra até 2100, alerta estudo
Clima: Calotas polares podem entrar em colapso com apenas meio grau de aquecimento adicional