Diminui ameaça de deslistagem de empresas chinesas nos EUA
(Bloomberg) -- Cerca de 200 empresas com sede na China e Hong Kong já não estão sob uma forte ameaça de serem expulsas das bolsas de valores americanas, o que impulsionou as ações.
O Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas (PCAOB, na sigla em inglês) dos EUA disse nesta quinta-feira que seus inspetores puderam revisar suficientemente os documentos de auditoria de companhias sediadas nas duas jurisdições. A determinação diminui as chances de que empresas como Alibaba Group e JD.com sejam deslistadas em Nova York.
China e Hong Kong são os únicos lugares que historicamente não têm permitido tais revisões por parte de autoridades, que citam questões relacionadas à segurança nacional e confidencialidade. O anúncio do órgão de auditoria segue uma recente rodada de inspeções importantes do PCAOB em Hong Kong, o que representou um grande avanço em uma antiga disputa.
Ações de empresas chinesas de diversos setores listadas nos EUA registraram ganhos, puxando uma alta de 2,5% do índice Nasdaq Golden Dragon, que foi na contramão do mercado. Papéis de companhias de tecnologia de grande capitalização, como Alibaba e JD.com, chegaram a subir 3,5%, enquanto a Pinduoduo avançou 3,1%.
O PCAOB disse que seus inspetores e investigadores puderam visualizar documentos de auditoria completos e colher as informações de que precisavam.
“O anúncio de hoje é sobre apenas uma questão: o PCAOB é capaz de inspecionar e investigar empresas na China continental e Hong Kong completamente neste momento? A resposta, após testes completos e sistemáticos, é sim”, disse a presidente do PCAOB, Erica Williams, em conversa com repórteres. A agência pode reavaliar a questão caso o acesso diminua, acrescentou.
O conflito sobre as auditorias se tornou um ponto de discórdia político depois que uma lei dos EUA em 2020 determinou que empresas cujos documentos de trabalho não podem ser inspecionados correm risco de serem expulsas da Bolsa de Valores de Nova York e da Nasdaq. A legislação estabelecia um prazo de três anos para a deslistagem das companhias.
Em outro comunicado, o presidente da SEC, Gary Gensler, elogiou o anúncio. “É a primeira vez que autoridades chinesas permitem o acesso para inspeções e investigações completas que atendem aos padrões dos EUA”, disse, acrescentando que os inspetores precisam continuar a poder revisar os documentos.
--Com a colaboração de Matt Turner.
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