Dia do Sexo! Saiba como seu DNA influencia sua vida sexual
VocĂȘ sabia que nesta segunda-feira (6), Ă© comemorado o Dia do Sexo? A data foi criada para colocar em pauta pontos pertinentes no que diz respeito Ă atividade sexual, como dicas, recomendaçÔes, cuidados, benefĂcios ou novas descobertas da ciĂȘncia sobre o assunto. E com base nisso, o Canaltech traz uma reflexĂŁo: como o DNA de alguĂ©m influencia a vida sexual?
5 youtubers brasileiras que falam com naturalidade sobre... sexo!
Nudes, sexting e aquele frio na barriga: dĂĄ para ter prazer em plena pandemia?
Sexo e genética podem ser considerados dois pontos fundamentais para o entendimento de muitas questÔes históricas, e o médico, especialista em genética e sócio-fundador do laboratório Genera, Ricardo di Lazzaro, esclareceu um pouco mais sobre essa relação.
Segundo o especialista, a genĂ©tica determina com quase 100% de precisĂŁo o sexo biolĂłgico de uma pessoa, alĂ©m de influenciar alguns outros fatores: "Existem associaçÔes genĂ©ticas em relação Ă primeira relação sexual, nĂșmero de parceiros, maior ou menor propensĂŁo Ă s relaçÔes extraconjugais e alguns outros pontos. Ă discutida tambĂ©m a questĂŁo do gĂȘnero e que parte da atração sexual a pessoa tem na relação", disserta.
Podemos entĂŁo dizer que cada um de nĂłs pode ter impresso no DNA o tamanho do nosso apetite sexual? Di Lazzaro responde que hĂĄ vĂĄrios estudos que tentam identificar o quanto isso pode ser genĂ©tico ou como a gente pode falar do apetite sexual. "O nĂșmero de parceiros tem uma influĂȘncia grande de cerca de 40% do DNA herdĂĄvel. A gente imagina que depende bastante do ambiente, de referĂȘncias, mas o componente genĂ©tico Ă© alto, prĂłximo atĂ© de 50%", aponta.
JĂĄ foram encontrados alguns marcadores genĂ©ticos em genes como da vasopressina e de receptores da dopamina que sĂŁo neurotransmissores e que tĂȘm associação com a infidelidade, muitas vezes mais pronunciada nos homens. Isso Ă© interessante porque sĂŁo mecanismos, vias neuronais que estĂŁo no nosso cĂ©rebro e que, desta maneira, influenciam, por exemplo, o comportamento da traição.
DNA e previsÔes sexuais
Segundo o médico, a disfunção erétil também pode ser influenciada pela genética, embora tenha relação com outras doenças, desde vasculares até psiquiåtricas. Por enquanto, não se tem um estudo claro que prediga o risco de uma disfunção erétil com base no DNA, mas hoje em dia existe a anålise de um gene chamado GNB3, que consegue saber se o tratamento tem chance de ser eficaz em função desse marcador e como o corpo reage com o sildenafil, popularmente conhecido como Viagra.
"A genĂ©tica e a medicina personalizada vĂȘm avançando cada vez mais e isso vai permitir predizer e tratar de maneira exclusiva todos os tipos de disfunçÔes sexuais, inclusive da parte reprodutiva", revela Di Lazzaro. AlĂ©m disso, determinados testes de DNA podem mostrar se a pessoa tende a ser fĂ©rtil por mais tempo, ou quanto tempo a pessoa tem atĂ© entrar na menopausa, por exemplo.
Questionamos, entĂŁo, se a genĂ©tica tambĂ©m pode ajudar a entender o comportamento sexual de adolescentes, principalmente no que tange a puberdade. O mĂ©dico aponta que a genĂ©tica ainda nĂŁo entende muito bem todo o processo de desenvolvimento humano, mas compreender isso poderia "permitir ajudar pessoas que estĂŁo nessa fase, auxiliando em tratamentos e diagnĂłsticos mais eficazes sobre pessoas que estĂŁo com distĂșrbios na ĂĄrea do desenvolvimento sexual".
Genética e homossexualidade: tem a ver?
Em agosto, uma pesquisa da Universidade de Queensland usou dados genĂ©ticos de um extenso estudo do governo britĂąnico sobre genĂ©tica, o UK Biobank, e dados de uma empresa norte-americana de testes genĂ©ticos, a 23andMe, e retomou a busca pelo âgene gayâ. No entanto, o artigo nĂŁo encontrou evidĂȘncias suficientes para determinantes de orientação sexual no genoma humano.
Di Lazzaro comenta que, alĂ©m desse, vĂĄrios outros estudos jĂĄ tentaram entender se a homossexualidade seria genĂ©tica ou nĂŁo. "Em alguns casos foi percebido uma herança genĂ©tica dentro da famĂlia. Havia casos em que homens gays tinham, por exemplo, tios maternos tambĂ©m gays, e, estudando essas famĂlias, acharam uma regiĂŁo no cromossomo X, chamada XQ28, que estaria associada a essa herança e como essa caracterĂstica estava sendo passada nas famĂlias. Mas, em estudos mais recentes nĂŁo foi encontrado um marcador, seja nesse cromossomo ou em outros, que fosse forte o suficiente para separar a homossexualidade ou encontrar uma algo que influenciasse a homossexualidade", declara.
"Tem vĂĄrios estudos epigenĂ©ticos tentando entender isso, mas realmente ainda nĂŁo existe isso muito claro. No entanto, Ă© interessante falar que a homossexualidade tambĂ©m tem um componente herdĂĄvel, portanto hĂĄ uma herdabilidade relativamente alta. Estima-se que a homossexualidade em homens possa ter um componente ao redor de 30% de herdabilidade. Entre mulheres, esse nĂșmero seria mais prĂłximo de 50% do componente genĂ©tico. Mas ainda sĂŁo estudos que precisam ser validados", conclui o mĂ©dico.
Fonte: Canaltech
Trending no Canaltech: