Daslu, antiga varejista de luxo, vai a leilão com lance inicial de R$ 1,4 milhão

 

Antigo casarão da Daslu em São Paulo
Antigo casarão da Daslu em São Paulo

(REUTERS/Paulo Whitaker)

  • Daslu, pioneira de luxo no Brasil, vai a leilão por R$ 1,4 milhão;

  • Lances já podem ser dados no site da organizadora Sodré Santoro;

  • Evento acontece seis anos após empresa decretar falência.

A marca Daslu, pioneira no varejo de luxo no Brasil, irá a leilão com lance mínimo de R$ 1,4 milhão. O evento acontece no dia 11 de maio, pela Sodré Santoro, seis anos após a empresa decretar falência.

Para quitar suas dívidas, a Daslu também coloca à venda suas submarcas. Em 2004, no auge do sucesso, a varejista chegou a atingir faturamento de mais de R$ 400 milhões, segundo levantamento realizado Folha de S. Paulo na época. Cerca de 75% a 80% das pessoas que visitavam a loja não iam embora sem realizar ao menos uma compra.

A Sodré Santoro, organizadora do leilão, foi escolhida pelo juiz responsável pelo caso Daslu e o lance inicial foi fixado com base na avaliação de um perito técnico.

“Essa estimativa do valor funciona com uma avaliação de um imóvel. O perito leva em consideração o valor que essa marca já teve no passado e as variáveis do presente. Inicialmente, o montante estava em R$ 1,2 milhão, mas após um tempo foi atualizado pelo juiz para R$ 1,4 milhão”, explica Sidney Palharini Júnior, advogado da Sodré Santoro, à Forbes.

Os lances já podem ser feitos pelo site da organizadora. Caso não haja nenhum interessado até dia 11 de maio, mais três oportunidades para lances serão abertas. Na segunda tentativa, o preço pode cair pela metade e, na terceira, o lance maior leva a Daslu, independentemente do preço ofertado.

As expectativas, no entanto, são boas. “É uma marca que abriu portas para o Brasil de grifes importadas que não eram vendidas aqui. Eu acho que ela teve um papel muito importante”, aponta à Fobes a leiloeira Mariana Lauro Sodré Santoro Batochio.

Ascenção e queda

A Daslu foi criada na década de 1960 por Lucia Piva de Albuquerque e Lourdes Aranha, mas foi a partir dos anos 1990 que ganhou os holofotes, sob o comando de Eliana Tranchesi, filha de Lucia. A empresa era conhecida por vender produtos de grife internacional, ainda de difícil acesso aos consumidores brasileiros.

No entanto, em 2005, Tranchesi foi presa por sonegação fiscal e por importação ilegal de produtos. A partir daí, a Daslu sofreu um esvaziamento de caixa e crise de reputação, chegando a ultrapassar R$ 80 milhões em dívidas e entrar em recuperação judicial.

Em 2010, encerrou as atividades e foi vendida, um ano mais tarde, para o fundo Laep, de Marcos Elias, empresário que já foi dono da Parmalat no Brasil. Mesmo após ser transformada em uma rede de lojas multimarcas, encontrada em alguns shoppings, a Daslu continuava a acumular dívidas e chegou a ser despejada, em 2016, do Shopping JK por não pagar o aluguel.