Dados de aposentados e servidores estão sendo vendidos a R$ 3 mil

Dados podem ser usados para a aplicação de golpes virtuais (Getty Image)
Dados podem ser usados para a aplicação de golpes virtuais (Getty Image)
  • Empresa diz que dados de brasileiros foram vazamos

  • O Serviço de Proteção ao Crédito nega a acusação

  • Criminosos usam as informações para aplicar golpes

Não é de hoje que os dados dos brasileiros têm sido comercializados de maneira ilegal. Dessa vez, a empresa de cibersegurança ISH Tecnologia veio a público para alertar que o Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape) e está sendo vendido por US$ 600, o equivalente a pouco mais de R$ 3 mil.

A empresa afirma ainda que o outro pacote engloba dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) também estaria sendo vendido no mercado paralelo. No entanto, a entidade nega.

"Não é verdadeira a informação da venda de dados pessoais provenientes do SPC", disse o serviço em nota. "Foram realizadas as análises técnicas para apuração do caso, e o relatório conclusivo indica que os dados pessoais divulgados não possuem origem e correlação com a base de dados do SPC Brasil."

O vazamento teria ocorrido no final de junho em um fórum de crimes cibernéticos criado no primeiro trimestre de 2022. De acordo com a companhia de segurança, os dados já estaria na deep web após passar pela dark web.

"Quando tem um vazamento desse tipo, essa informação vai parar lá na dark web, fóruns mais barra-pesada", afirmou Leonardo Camata, diretor de inovação da ISH Tecnologia em entrevista ao jornal Contábeis. Para acessar a dark web é preciso de tecnologias específicas.

Os criminosos teriam disponibilizado as informações pelo Telegram após o pagamento em criptomoedas. Isso dificultaria a rastreabilidade do dinheiro.

Com as informações em mãos, fica mais fácil praticar golpes e realizar fraudes. Os golpistas poderiam informar o CPF da vítima por telefone, por exemplo, para se passar por uma instituição já contratada pela pessoa.