Dólar baterá R$5,95 no 2º tri de 2023, prevê Société Générale
(Reuters) - A taxa de câmbio brasileira deverá permanecer dentro de um intervalo estreito, mas com inclinação para enfraquecimento, disse Bertrand Delgado, estrategista para mercados emergentes do banco Société Générale, segundo o qual investidores continuarão tensos em relação às perspectivas fiscais no pós-eleição, num combo que impulsionará o dólar para 5,95 reais em junho de 2023.
Em relatório, Delgado citou a força do dólar no exterior, os rendimentos mais altos dos títulos do Tesouro norte-americano, a elevada volatilidade dos mercados --na esteira de um Fed com discurso contracionista para a política monetária-- e a percepção de fim do ciclo de alta de juros no Brasil como ventos contrários à moeda doméstica, afetada ainda pela piora dos termos de troca.
"Enquanto isso, os investidores permanecerão provavelmente inquietos sobre a sustentabilidade fiscal pós-eleições, especialmente sobre como reverter os gastos fiscais impulsionadores (redução de impostos, programas de auxílio) à medida que a economia desacelera rapidamente (de 2022 para 2023)", acrescentou o estrategista.
O Société Générale estima que o dólar fechará este ano em 5,50 reais, disparando ao fim de junho de 2023 a 5,95 reais. A cotação no mercado à vista era negociada em torno de 5,17 reais nesta segunda-feira.
Mas a moeda brasileira ainda teria pontos favoráveis --o retorno ajustado pelo risco e a avaliação "barata", que funcionariam como um "colchão", segundo Delgado.
(Por José de Castro)