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Crise do SVB pode mudar política de juros nos EUA e Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A crise do banco americano SVB acendeu o sinal dos investidores para a possibilidade de mudanças nos rumos da política monetária naquele país, com reflexos também na trajetória da taxa básica de juros no Brasil.

Nesta segunda-feira (13), houve queda nas taxas de juros negociadas nos mercados americano e brasileiro. A expectativa para os juros nos EUA ao final de 2023 recuou de algo próximo de 5,5% para a casa dos 4,5% ao ano.

O Goldman Sachs, por exemplo, já avalia a possibilidade de que o Federal Reserve, o banco central americano, faça uma pausa no processo de alta de juros neste mês, na reunião marcada para a próxima semana.

A curva de juros no Brasil já indicava a aposta em um corte na taxa básica na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) no final de junho. Ou seja, a expectativa era que o Banco Central ainda manteria a Selic nos atuais 13,75% ao ano nas duas reuniões anteriores, em 22 de março e 3 de maio. Agora, as taxas mostram que aumentou a aposta em uma antecipação desse corte.

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e presidente do Conselho de Administração da Jive Investments, afirma que os desdobramentos da crise do SVB podem levar a um corte da taxa básica mais cedo que o projetado anteriormente.

"Se houver um contágio grande no resto da economia [global], sem dúvida, isso pode antecipar uma queda de juros no Brasil. Não acho que é disso que estamos falando ainda, mas precisamos ver quais os desdobramentos dessa história."

Figueiredo afirma que o banco central e o Tesouro dos EUA agiram de forma certeira, tempestiva e abrangente, ao anunciarem medidas de socorro ao sistema financeiro local. Também destaca a reação do mercado neste primeiro momento, melhor que a esperada. Mas disse que é preciso esperar para ver se mais instituições precisarão de ajuda e se será possível socorrê-las. "Isso tudo está em aberto."

Matheus Pizzani, economista da CM Capital, afirma que um aumento menor dos juros nos EUA, como precificado neste momento pelo mercado, é apenas um dos fatores que podem abrir caminho para o Banco Central do Brasil cortar a taxa básica mais cedo que o esperado. "Vale destacar que este processo seguiria atrelado às melhorias no campo fiscal e a subsequente melhora nas expectativas [de inflação] dos agentes de mercado."

Pizzani afirma ainda que o banco central dos EUA segue atento ao comportamento da inflação. Para ele, dados que serão divulgados ao longo desta semana também podem ser decisivos para a decisão do comitê de política monetária daquela instituição, no próximo dia 22.

Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama, diz não enxergar uma relação de causa-efeito do evento do SVB com as decisões do Banco Central do Brasil. Para ele, a política monetária da instituição é mais suscetível à nova regra fiscal, que substituirá o teto dos gastos, do que à quebra do banco americano.

O economista diz que ainda é cedo para especular sobre a chance de uma crise sistêmica nos EUA, pois a primeira impressão é que não há similaridade com o que ocorreu com o banco Lehman Brothers em 2008.

Ele lembra ainda das discussões sobre uma possível crise de crédito relacionada ao mercado brasileiro desde o início deste ano, após a crise da Lojas Americanas. "Se estamos na antessala de uma crise de crédito por aqui, como alguns analistas defendem, isso precisa ser evitado e a redução da Selic ajudaria bastante", diz o economista.

No Brasil, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse nesta segunda-feira (13) que aparentemente o episódio não vai desencadear uma crise sistêmica, especialmente após a reação das autoridades americanas.