Crise nos chips pode agravar com a invasão da Ucrânia pela Rússia
Fabricantes e fornecedoras do setor de semicondutores acreditam que a guerra pode gerar impacto no fornecimento de materiais;
Cerca de 90% do estoque norte-americano de neônio é fornecido pela Ucrânia;
A Rússia, por sua vez, é a responsável por fornecer 35% do paládio utilizado pelos Estados Unidos.
O mercado de tecnologia teme que a invasão da Ucrânia iniciada pela Rússia na madrugada desta quinta-feira (24), resulte em prejuízo para o setor. Caso o conflito entre os países se intensifique e se prolongue, fabricantes e fornecedoras do setor de semicondutores acreditam que isso pode gerar impacto no fornecimento de alguns materiais específicos e importantes para essa indústria.
Apesar da maior parte das empresas consultadas acreditarem que será possível contornar o problema e manter a fabricação no ritmo atual, existe a hipótese de que problemas como atrasos e estoques reduzidos, podem voltar a acontecer. O mercado ainda se recupera dos impactos causados pela crise de semicondutores iniciada em 2020.
Cerca de 90% do estoque norte-americano de neônio é fornecido pela Ucrânia. O gás neon é usado em lasers que fazem parte do processo de fabricação de chips. A Rússia, por sua vez, é a responsável por fornecer 35% do paládio utilizado pelos Estados Unidos. O material é o metal mais importante na confecção de sensores e memórias.
Como a previsão de conflito entre a Rússia e Ucrânia já estava desenhada há algum tempo, companhias que se utilizam desses materiais estão há alguns meses buscando outros fornecedores para abastecer o estoque. A operação, no entanto, é complicada uma vez que conseguir fornecedores que supram as possíveis lacunas deixadas pelos países demanda um tempo maior.
Em janeiro, antes mesmo da situação entre os países do leste europeu se intensificar, a Secretária do Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, fez um relatório para a administração do presidente Joe Biden a respeito da crise dos chips que continuava prejudicando a indústria de eletrônicos.
De acordo com o estudo, que avaliou a situação de mais de 150 companhias que fazem parte de alguma etapa do fornecimento de processadores, o desequilíbrio entre oferta e demanda permanece de forma "significativa e persistente".