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Crise na Americanas: varejista suspende contratos de terceirizados e contrata advogados de Lula

A Americanas começou a cortar custos com pessoal e interrompeu contratos com empresas que fornecem serviços terceirizados. Segundo fontes, a empresa prepara um plano de fechamento de lojas em meio ao processo de recuperação judicial, o que pode levar a demissões, como parte da redução de custos que terá de implementar enquanto negocia com credores um plano de reestruturação.

A empresa deve reduzir o número de lojas, principalmente as menos rentáveis, mas ainda não há um número fechado, informou uma fonte. O plano ainda está na fase de finalização e envolve a redução de contratos com empresas de logística e funcionários terceirizados.

Segundo outra pessoa informada sobre os planos, com caixa reduzido e crédito limitado, a Americanas precisa cortar os custos de maneira rápida e eficiente para manter sua capacidade operacional.

Em nota, a Americanas informou que "não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários”, apenas “interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados”. A empresa diz estar focada “na condução do seu processo de recuperação judicial, cujo um dos objetivos é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia".

Na segunda-feira, em reunião com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, representantes de sindicatos de comerciários manifestaram preocupação com os empregos da varejista, que atualmente tem 45 mil funcionários.

Ontem, a Americanas adicionou ao seu time de advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, sócios do escritório que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos da Operação Lava-Jato. Segundo pessoas envolvidas na defesa da Americanas, o escritório deles deve ficar com a atuação estratégica da defesa da empresa nas instâncias superiores.

Em petição entregue à Justiça, a varejista diz que os advogados vão atuar “em trâmite na Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), bem como em todos os seus desdobramentos”.

Enquanto isso, a Americanas discute com o seu trio de acionistas de referência , Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, a negociação com bancos de um empréstimo na modalidade DIP (da expressão em inglês debtor in possession), característico para empresas que estão em recuperação judicial, no valor mínimo de R$ 1 bilhão.

A ideia é dar fôlego às operações da empresa com a manutenção do fluxo de caixa. No entanto, a falta de garantias vem gerando impasse nas negociações, apontou uma pessoa com conhecimento das conversas. A Americanas informou que há a possibilidade de os acionistas de referência “subscreverem até a totalidade do valor mínimo”, o que indicaria um aporte deles no mesmo valor.

"O financiamento DIP visa ajudar a companhia a manter o curso normal de seus negócios e reforçar sua liquidez", diz outro trecho do comunicado da empresa. A crescente ainda que "o financiamento DIP poderá ser eventualmente substituído por novo financiamento, conversível em ações da companhia, e que assegurará o direito de preferência de todos os acionistas".

As tratativas desse tipo de crédito envolvem a prioridade de pagamento sobre os outros credores. Na prática, um crédito DIP focado em capital de giro — decisivo no varejo — garante que o devedor continue a gerar caixa para manter sua operação no longo prazo para pagar os credores.

A Americanas pediu à Justiça do Rio proteção contra execução de dívidas (que superam R$ 41 bilhões), poucos dias após a revelação de um rombo de R$ 20 bilhões ocultado por "inconsistências contábeis". Segundo a fonte, um dos motivos da recuperação judicial ser protocolada logo teria sido justamente viabilizar esse empréstimo.