Crise econômica 'catastrófica' e governo ultradireitista: cientista político analisa possível vitória de Erdogan na Turquia
Depois de garantir a maioria parlamentar no primeiro turno, o atual mandatário da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disputa agora aquela que ele diz ser sua última Presidência da República, após 20 anos no poder. As chances do presidente-candidato, que chegou na frente com 49,52% dos votos em 14 de maio, crescem exponencialmente com o recém-adquirido apoio do terceiro homem na disputa, Sinan Ogan.
Marcia Bechara, enviada especial da RFI a Istambul
Sinan Ogan, um autodeclarado outsider da tão famosa "terceira via", deseja, ao que tudo indica, apostar em seu futuro político com essa escolha, se aliando ao velho cacique turco, Recep Tayyip Erdogan. No entanto, Devlet Bahçeli, a segunda força do partido de Ogan [o ultranacionalista MHP], declarou voto no líder da oposição - Kemal Kiliçdaroglu -, rachando a legenda.
"Ogan fez um pacto com o diabo para garantir seu futuro, mas não controla todos os votos que recebeu da população turca [cerca de 2,8 dos 53 milhões apurados no 1° turno, uma participação de cerca de 88,92%]. Isso porque grande parte desses votos veio do fato de ele ter se aliado a esse outro homem, Devlet Bahçeli, chefe do Partido de Ação Nacionalista (Milliyetçi Hareket Partisi ou MHP, em turco)", explicou à RFI o cientista político Karabekir Akkoyunlu, da Universidade de Londres, especializado na região.
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