Auxílio Brasil deveria ter valor mínimo de R$417 se corrigido pela inflação
O valor mínimo do Auxílio Brasil ficou definido em R$ 400 reais;
Levando em consideração a inflação de 4,31%, o valor deveria ser corrigido para R$ 417;
O benefício não é o suficiente para comprar uma cesta básica em 17 capitais do país.
Na quarta-feira (4), após decisão do Congresso, o valor mínimo do Auxílio Brasil ficou definido em R$ 400 reais por tempo indeterminado, e não só em 2022, como anteriormente era previsto. Contudo, para que se mantenha o poder de compra, levando em consideração a inflação de 4,31% acumulada pelo IPCA-15, o valor deveria ser corrigido para R$ 417.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula tanto o O IPCA-15 quanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A diferença é que o IPCA-15, por ser divulgado antes, funciona como uma prévia da inflação oficial. O IPCA , por enquanto, só foi contabilizado até março.
O avanço no preço dos alimentos é um dos principais responsáveis pela alta da inflação que acomete o país desde de dezembro. De janeiro a abril deste ano, o custo da alimentação em domicílio acumulou alta de 8,26%, quase o dobro do IPCA-15. Levando em consideração a inflação nos alimentos, o Auxílio Brasil já deveria estar em R$ 433 para manter seu poder de compra original.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) através da nova edição da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, o valor do benefício não seria o suficiente para comprar uma cesta básica em nenhuma das 17 capitais pesquisadas.
De acordo com o estudo, em abril , a cesta básica mais barata do Brasil, era a de Aracaju-SE, no valor de R$ 551,47. Ou seja, se o beneficiário receber o valor mínimo através do programa, precisaria arcar com R$ 151,47 extras para adquirir os insumos.
O preço da cesta básica mais cara do país em abril foi a de São Paulo, custando R$ 803,99, seguido de Florianópolis (R$ 788), Porto Alegre (R$ 780,86) e Rio de Janeiro (R$ 768,42).