Coreia do Sul quer banir os jogos com NFT
Intrusão da tecnologia em jogos é mal vista por comunidades de jogadores ao redor do mundo
Governo acredita que jogos com NFT se assemelham a "esquemas especulativos"
Comitê ressalta que não é contra mercado de criptoativos
De acordo com o portal GameRant, o Comitê de Gestão de Jogos da Coréia do Sul quer retirar das lojas virtuais, como a Google Play ou a App Store, quaisquer títulos que dependam da compra de NFTs para serem jogados.
NFT é uma sigla que significa "Token não-fungível", um ativo criptográfico único que não é fungível, ou seja, não pode ser utilizado em operações de troca, como o dinheiro.
O mercado de jogos NFT ficou bastante conhecido recentemente, graças a possibilidade de ganhar dinheiro enquanto joga. No entanto, há também relatos de diversas pessoas que acabaram perdendo dinheiro com a desvalorização dos NFTs associados ao jogo.
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É por esse motivo que o governo sul-coreano quer banir a modalidade. Segundo o governo, os jogos se assemelham a "jogos de azar" e a "esquemas especulativos para ganhar dinheiro".
O país tem uma regulamentação muito forte nesse setor, estabelecendo um máximo de 10 mil wons (R$ 47) para prêmios.
O Comitê de Jogos ressalta que não tem nada contra criptoativos e tecnologias blockchain, explicando que o objetivo da medida será apenas combater especulações.
Jogos "pay to earn" e a comunidade de jogos
Com uma popularidade crescente, esse tipo de jogos é conhecido como "pay to earn", ou "pague para receber". O nome vem em alusão a uma divisão moderna dos jogos entre os "pay to play" e o "free to play".
O primeiro pode ser traduzido como pague para jogar, em que você compra o jogo e pode jogá-lo. É o modelo clássico de se adquirir qualquer item de consumo.
Já o segundo se refere à prática nos últimos anos de oferecer um jogo gratuito, e colocar itens cosméticos ou que aceleram sua escalada no jogo atrás de transações. É o caso de jogos como Fortnite ou FarmVille.
Nos jogos "pague para receber", o jogador é estimulado a comprar o jogo como se fosse um investimento inicial, em que ele disporia tempo e trabalho para melhorar o personagem e ganhar itens únicos, marcados com NFTs.
Com isso ele valorizaria seu personagem no jogo e o poderia vendê-lo por mais dinheiro pelo qual comprou o jogo.
Esse modelo tem sido mal visto pela comunidade de jogadores, mas mais aceito pelas empresas desenvolvedoras de jogos. Com grandes empresas como a Epic, Square Enix e Ubisoft comunicando que irão implementar a tecnologia em seus próximos títulos.