Confirmado: satélite chinês foi danificado por pedaço de foguete russo
O setor de rastreamento espacial dos EUA confirmou que o satélite militar chinês Yunhai 1-02 foi danificado por uma colisão com um detrito relacionado a um satélite russo, em março do ano 2021. A suspeitava já havia sido levantada, mas foram necessários meses de trabalho para rastrear cada parte envolvida no acidente.
Como os satélites na órbita da Terra evitam colisões entre si?
Fotos mostram fragmentos do satélite destruído pela Rússia, que ameaçam a ISS
O satélite Yunhai 1-02 foi lançado em setembro de 2019 pela Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai (SAST, na sigla em inglês) para um órbita síncrona a 783 km de altitude. Mas, em 18 de março do ano passado, ele sofreu um dano que gerou inúmeros fragmentos.
Após meses de investigação, o 18º Esquadrão de Controle Espacial (18SPCS), da Força Espacial dos EUA, concluiu que o dano ao satélite chinês foi provocado pela colisão com um fragmento de um foguete Zenit-2, da Rússia, lançado em 1996.
Segundo Darren McKnight, mebrodo Comitê de Detritos Espacial da Academia Internacional de Astronáutica, o acidente provavelmente foi causado por um detrito com um tamanho de 1 a 10 centímetros. Em 1º de outubro do ano passado, o 18SPCS identificou 37 fragmentos dos quais quatro reentraram na atmosfera.
Detritos e colisões na órbita da Terra
De acordo com o relatório mais recente do Orbital Debris Program Office da NASA, esta foi a quinta colisão acidental confirmada entre dois objetos catalogados. O diretor de planejamento de programas da Secure World Foundation, Brian Weeden, considerou notável o recente rastreamento do acidente.
Weeden explicou que, quando os resultados de uma colisão são catastróficos, é fácil mapear as partes envolvidas, “mas há muito mais eventos de menor escala que resultam em pequenas anomalias de satélite”, disse, acrescentando que estes fragmentos são mais difíceis de rastrear.
A maior colisão deste tipo aconteceu em 2009 e envolveu o extinto satélite russo Kosmos-2251 e o satélite de comunicação Iridium 33 — o acidente gerou cerca de 2.000 fragmentos rastreáveis. Com o satélite chinês, no entanto, o 18SPCS só conseguiu rastrear o pedaço que o atingiu até certo ponto.
Por ser muito pequeno e difícil de rastreá-lo com precisão, o fragmento foi mantido de fora do catálogo. Ainda assim, apesar da velocidade e energia envolvidas na colisão, algumas observações amadores indicam que o Yunhai 1-02 está parcialmente em operação.
Até o momento, a SAST e a China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC) não forneceram detalhes sobre o acidente ou sobre o funcionamento do satélite.
Fonte: Canaltech
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