Conexões sociais nos fazem cuidar melhor da saúde e ter mais saúde mental
Todos sabemos como é importante ter um bom grupo de amigos ou se sentir próximo a seus familiares, especialmente em tempos difíceis, como a pandemia de covid-19. Cientistas das universidades de Kent, Coventry e Nottingham Trent resolveram ir além e quantificar o impacto das conexões sociais na saúde física e mental dos seres humanos.
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Para chegar aos resultados, foram entrevistadas mais de 13 mil pessoas de 122 países diferentes entre março e maio de 2020, no ápice do isolamento social causado pelo coronavírus. Os pesquisadores questionaram os participantes sobre seu vínculo com círculos sociais próximos, como amigos e familiares, e vínculo a grupos mais amplos, como os nacionais e globais — para saber se se sentiam ligados à humanidade, mais especificamente.
Família e saúde
Também foram avaliados os comportamentos de saúde relacionados à pandemia e à saúde mental, ligados ao bem-estar e relações sociais dos indivíduos pesquisados. Os resultados mostraram, curiosamente, que o vínculo familiar foi associado positivamente a comportamentos saudáveis, como lavar as mãos frequentemente, utilizar máscaras e aceder ao distanciamento social — enquanto a ligação com grupos externos não apresentou correlação.
Isso é refletido nos dados obtidos pelo estudo: 46% dos participantes com laços familiares fortes lavavam as mãos com muita frequência, enquanto 32% com poucos laços familiares apresentaram o comportamento. Das que não tinham vínculo com a família, 54% relataram nunca ter usado máscaras na pandemia, um número consideravelmente alto.
De todos os entrevistados, apenas 27% tinham laços familiares fortes, mas eles representaram 73% dos que se distanciavam socialmente, 35% dos que lavavam bastante as mãos e 36% dos que usavam máscaras. Isso pode ser reflexo do desejo de cuidar da saúde física dos familiares, evitando tragédias aos seus entes queridos. Já em relação à saúde mental e bem-estar geral, a prevalência familiar não foi exclusiva.
Invista em amigos
Segundo os cientistas, laços fortes com círculos sociais próximos, bem como os grupos mais amplos, foram muito positivos, gerando comportamentos mais saudáveis e um bem-estar psicológico melhor — ao menos segundo os relatos dos voluntários —, bem como menos sintomas de depressão e ansiedade. Há mais! Quanto maior o número de grupos com os quais os indivíduos tinham vínculos mais fortes, melhores os comportamentos e relatos de bem-estar.
Com isso, o estudo recomenda que autoridades de saúde concentrem mensagens relacionadas à saúde pública também em redes menores, especialmente em tempos de crise, encorajando a população a compartilhar comportamentos saudáveis com seus próximos de forma exemplar.
Isso vem da conexão social e necessidade de pertencer a um grupo, nos levando a preocupar e imitar o comportamento das pessoas com quem convivemos. Isso vale mesmo para grupos abstratos, como países e governos. Precisamos nos sentir fazendo parte de algo, o que aumenta a importância dos laços estreitos com nossa família, amigos e grupos sociais. Em outras palavras, precisamos uns dos outros.
Fonte: Canaltech
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