Comentários de Macron sobre ‘pausa' na regulação ambiental na Europa geram apreensão

AFP - PASCAL ROSSIGNOL

A "pausa regulatória europeia" desejada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para os padrões ambientais em vigor no bloco causou constrangimentos para o governo nesta sexta-feira. Reiterada nesta sexta-feira (12), a posição defendida na véspera causou indignação de defensores do meio ambiente.

“Estamos à frente, em termos regulatórios, dos americanos, dos chineses ou de qualquer outra potência do mundo”, disse o chefe de Estado na quinta-feira, no Palácio do Eliseu. “Agora temos que executar. Não devemos fazer novas mudanças nas regras, senão vamos perder todos os atores [econômicos].”

A declaração causou polêmica, com a oposição de esquerda temendo que a França se alinhe com as exigências de "moratórias" da direita europeia sobre as normas ambientais – que, de fato, são as mais exigentes do planeta. Ativistas e deputados ecologistas viram nas declarações o anúncio de uma "ruptura ecológica”, apesar da agravação da crise climática. Aliados do presidente reconheceram que a observação foi “infeliz".

Mas em vez de voltar atrás no comentário, Macron persistiu nesta sexta-feira: “Prefiro fábricas que respeitem as nossas normas europeias, que são as melhores, do que aqueles que ainda querem acrescentar mais normas”, sob o risco de “não termos mais fábricas”, disse o presidente em Dunquerque, no norte francês, onde estão planejadas várias indústrias de baterias elétricas.

Embora esses projetos tenham nascido da futura proibição europeia de carros a combustão, como diesel e gasolina, as observações do presidente constituem um sinal político para as fabricantes e os operários, em busca de estabilidade para garantir investimentos de longo prazo.

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