Colômbia suspende cessar-fogo com grupo rebelde EMC em algumas áreas

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, discursa durante cerimônia em Bogotá

Por Luis Jaime Acosta

BOGOTÁ (Reuters) - O governo da Colômbia suspendeu nesta segunda-feira um cessar-fogo nacional com o grupo armado Estado Mayor Central (EMC) em algumas províncias, após o assassinato de quatro adolescentes indígenas.

A medida para reativar as ofensivas militares contra o EMC no sudeste do país é o mais recente obstáculo nos esforços do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para fazer acordos de paz ou rendição com grupos armados e acabar com o conflito de seis décadas na Colômbia, que já matou pelo menos 450.000 pessoas.

O EMC foi fundado por ex-membros dissidentes dos agora desmobilizados rebeldes das Farc, que assinaram um acordo de paz em 2016 rejeitado pelo EMC.

"O atual cessar-fogo bilateral com este grupo armado nas províncias de Meta, Caquetá, Guaviare e Putumayo está suspenso e todas as operações ofensivas estão reativadas", disse o governo em um comunicado. "A decisão entrará em vigor nas próximas 72 horas."

O cessar-fogo com o EMC tem tido sucesso em outras províncias, onde se manterá, disse o governo, acrescentando que continua disposto a manter conversas com o grupo.

Os quatro menores de idade foram recrutados à força pelo grupo e mortos a tiros quando tentavam fugir, disseram grupos indígenas.

Em seu próprio comunicado na manhã desta segunda-feira, o EMC disse que as Forças Armadas violaram o acordo bilateral e que o desejo de mudança do governo foi visto "apenas em discursos e promessas".

O EMC tem cerca de 3.500 membros, incluindo cerca de 2.200 combatentes, e opera em 23 das 32 províncias da Colômbia, de acordo com documentos da força de segurança.

(Por Luis Jaime Acosta)