Cinco militares são acusados de omitir socorro em tragédia que matou 27 migrantes no Canal da Mancha

© REUTERS/Gonzalo Fuentes

Cinco militares que trabalhavam em um centro de resgate marítimo foram acusados nesta quinta-feira (25) de omitirem socorro a migrantes que atravessavam o Canal da Mancha. Em novembro de 2021, os ocupantes de um barco que afundava durante a travessia entre a França e a Inglaterra teriam ligado 15 vezes pedindo ajuda às autoridades francesas. O naufrágio provocou a morte de 27 migrantes.

Os cinco militares, três mulheres e dois homens, fazem parte de um grupo de nove pessoas presas preventivamente nos últimos dias. Apresentados ao Tribunal Judicial de Paris nesta quinta-feira, eles vão responder ao processo em liberdade.

As autoridades francesas são suspeitas de não terem prestado socorro ao grupo de migrantes que atravessava o Canal da Mancha na madrugada do dia 24 de novembro de 2021. As vítimas teriam ligado ao menos 15 vezes para telefones de emergência franceses. Sem resgate, 24 passageiros, em sua maioria curdos iraquianos com idades entre 7 e 46 anos, morreram no naufrágio.

A investigação mostra que os migrantes tentaram pedir ajuda tanto para os franceses como para os britânicos. Mas nenhum dos serviços mobilizou seu resgate para salvar as pessoas que estavam com a vida sob risco.

As transcrições das conversas, no entanto, mostram que a Cross entrou em contato com a guarda costeira britânica em várias ocasiões.


Leia mais em RFI Brasil

Leia também:
Itália quer conter imigração ilegal, mas empresários alertam para escassez de mão de obra
Número de entradas irregulares na UE em 2022 cresce 64% em relação ao ano anterior
França e Itália entram em conflito sobre acolhimento de navios de migrantes