Cientistas conseguem "reviver" órgãos em porcos mortos; entenda
Em experimentos inusitados, cientistas conseguiram "reviver" órgãos de porco, uma hora após a morte clínica do animal. As descobertas foram compartilhadas através de um relatório na revista científica Nature, e desafiam o conceito aplicado à morte de um ser vivo até então.
Transplantes com órgãos de porco devem começar no Brasil em 2025
Corações de porco transplantados em quem teve morte cerebral dão certo em testes
No trabalho, os pesquisadores conectaram porcos mortos há uma hora a um sistema chamado OrganEx, que bombeava um substituto do sangue por todo o corpo dos animais. A solução (contendo o sangue dos animais e 13 compostos como anticoagulantes) retardou a decomposição dos corpos e rapidamente restaurou algumas funções dos órgãos, como a contração do coração e a atividade no fígado e nos rins.
Embora o OrganEx tenha ajudado a preservar a integridade de alguns tecidos cerebrais, os pesquisadores não observaram nenhuma atividade cerebral que indicasse a recuperação da consciência.
A equipe de Sestan monitorou os porcos por três dias antes de sedá-los e induzir uma parada cardíaca, dando um choque em seus corações. Uma hora depois de confirmar a falta de pulso, os pesquisadores reiniciaram a ventilação mecânica e a anestesia. Alguns dos porcos foram então ligados ao sistema OrganEx, enquanto outros não receberam tratamento.
Após seis horas, os cientistas registraram que a circulação havia recomeçado de forma muito mais eficaz nos porcos que receberam a solução OrganEx do que nos outros: o oxigênio começou a fluir para os tecidos de todo o corpo, e uma varredura do coração detectou alguma atividade elétrica e contração.
Os pesquisadores também notaram que os fígados dos porcos que receberam a solução produziam muito mais de uma proteína chamada albumina do que os fígados dos porcos dos outros grupos. Além disso, as células em cada um dos órgãos vitais responderam à muito mais à glicose no primeiro grupo, sugerindo que o tratamento deu início ao metabolismo.
Os pesquisadores também descobriram que os porcos que receberam a solução tiveram a ativação de mais genes responsáveis pelo reparo celular. A ideia é entender de forma cada vez mais precisa essa resposta do organismo dos animais, que recentemente têm sido muito estudados por causa de transplantes.
Fonte: Canaltech
Trending no Canaltech:
Site gratuito restaura fotos de maneira impressionante usando IA
Substituto do Onix? Chevrolet prepara lançamento de novo carro compacto
Startups participam de maior competição do Brasil e podem ir para fora do país
Cientistas explicam o que acontece com o cérebro depois da meia-noite
Câmara aprova MP que regulamenta home office e altera regra do vale-refeição