Ciclone Mocha que atingiu Mianmar e Bangladesh deixa 145 mortos
O número de vítimas pelo ciclone Mocha, que varreu Mianmar e Bangladesh, chega a 145 mortos, a maioria de rohingyas, revelou a junta militar em Naipidau, em um comunicado à imprensa nesta sexta-feira (19).
O ciclone atingiu os territórios de Mianmar e Bangladesh no domingo (14), com fortes chuvas e ventos de até 195 km/h. O fenômeno provocou a queda de prédios e transformou as ruas em rios.
Navios e a força aérea levaram milhares de sacos de arroz para as vítimas da catástrofe natural. Eletricistas, bombeiros e equipes de resgate também foram mobilizados no estado de Rakhine, oeste do país
Trata-se da tempestade mais forte a atingir a região em mais de uma década. Ela destruiu aldeias, arrancou árvores e cortou as comunicações em grande parte do estado de Rakhine, onde centenas de milhares de rohingyas vivem em campos para deslocados, após décadas de conflito étnico em Mianmar.
"Um total de 145 pessoas foram mortas no ciclone", disse a equipe de comunicação da junta militar no comunicado. "De acordo com as informações que obtivemos, 4 soldados, 24 moradores e 117 bengalis foram mortos na tempestade", acrescentam as autoridades.
"Bengali" é um termo pejorativo usado no país para se referir à minoria muçulmana rohingyas. Cerca de 600.000 rohingyas vivem há várias gerações em Mianmar, privados de acesso à saúde e educação, "sob um regime de apartheid", segundo a Anistia Internacional.
Outra liderança perto de Sittwe, capital do estado de Rakhine, informou que pelo menos 105 rohingyas morreram na cidade e a contagem ainda não havia terminado.
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