Chuvas de novembro reduzem gravidade da escassez hídrica no país
Resultados obtidos foram melhores do que a maioria dos registrados nos últimos 5 anos
Aneel zerou a cobrança da bandeira tarifária para famílias de baixa renda
Bandeira de escassez hídrica, de R$ 14,20 a cada 100kWh consumidos, continua
Pouco tempo depois de o cálculo feito pelo economista Bráulio Borges - sobre como as chuvas abaixo da média influenciam diretamente no PIB (Produto Interno Bruto) do país - vir à tona, uma boa notícia: o volume de água que chegou às hidrelétricas em novembro superou as projeções feitas em agosto, durante o pior momento da crise hídrica, para todos os 4 subsistemas do SIN (Sistema Interligado Nacional).
De acordo com os números levantados, e apresentados pelo site Poder360, o volume de água foi 92,5% da média no Sudeste/Centro-Oeste, 81% no Nordeste, 56% no Sul e incríveis 148% no Norte.
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Comparações anuais
Os números apresentados em novembro não foram somente superiores aos projetados em agosto. Os resultados constatados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) foram melhores do que a maioria dos registrados nos últimos 5 anos.
No subsistema Norte, este valor é o maior dos últimos cinco anos. No Sudeste/Centro Oeste, é superior desde 2019. No Nordeste, apesar de ser inferior em relação a 2020, foi maios na comparação com o triênio anterior. E no Sul, o inverso deste último - sendo superior em relação ao ano passado, mas inferior na comparação com 2017-2019.
Tarifa zero
Por conta deste cenário um pouco mais confortável - diferente daquele apresentado meses atrás, especialmente em agosto -, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) zerou a cobrança da bandeira tarifária para as famílias de baixa renda.
Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE)
É válido lembrar que, para essa parte da população, é aplicada a chamada TSEE. Essa medida, atualmente, valerá para cerca de 12 milhões de consumidores. Mas, os números podem ultrapassar a casa dos 25 milhões já em janeiro, quando se dá início ao cadastro automático de novas famílias. O que, obviamente, terá um custo adicional - estipulado em cerca de R$ 3,3 bilhões para os demais consumidores em 2022.
Por conta disso, todos os que não têm direito à essa tarifa social continuarão pagando a bandeira escassez hídrica, de R$ 14,20 a cada 100kWh consumidos. A cobrança serve para cobrir os custos com o despacho de energia de termelétricas ao longo do ano. Já que, mesmo com esse aumento dos níveis de chuva, o valor da tarifa não deve ser reduzido pelo governo.