China teria aplicado restrições no acesso ao ChatGPT
A China teria aplicado restrições ao uso do ChatGPT no país. De acordo com relatos da imprensa asiática, o governo teria alertado empresas de tecnologia para que não usem o sistema de inteligência artificial em suas plataformas e sistemas internos, sob temores de descumprimento de leis locais de acesso a informação.
Oficialmente, o ChatGPT não está disponível na China, mas basta o uso de uma VPN para que os usuários possam acessar o serviço. O temor, segundo reportagem do jornal Nikkei Asia, é quanto à possibilidade de respostas que não estejam de acordo com normas locais que proíbem conteúdos considerados indesejados pelo governo, assim como a inclusão de informações sensíveis de empresas locais nos algoritmos em que o sistema se baseia.
A medida teria atingido, inicialmente, duas das principais empresas do segmento no território. A Tencent, por exemplo, teria suspendido serviços de terceiros que utilizem o ChatGPT para prestar serviços aos usuários; tanto ela quanto a Ant Group, dona da plataforma de pagamentos Alipay, também precisariam informar o governo caso decidam lançar sistemas próprios de inteligência artificial.
As restrições também impactariam a Alibaba, que faz parte do mesmo conglomerado e estaria, desde o início do ano, desenvolvendo sua própria versão do ChatGPT. A iniciativa é uma entre diversas que estão em andamento no país, justamente na iminência de maiores restrições quanto ao uso da tecnologia da OpenAI e, também, em busca de inteligências artificiais que trabalhem melhor com as complexidades do idioma local.
A publicação da notícia sobre a medida, na última quarta-feira (22), derrubou ações de empresas de tecnologia que trabalham com inteligência artificial. Algumas chegaram a ter redução de 10% no valor de suas ações, no que analistas já apontam ser um freio a um movimento que, no início do ano, gerou alta no mercado. Uma delas, a Beijing Haitian Ruisheng Science Technology, chegou a ter valorização de mais de 300% nos primeiros meses de 2023.
Esforços de IA local para a China ainda patinam
Enquanto isso, o movimento acelerado de lançamento de opções regionais baseadas em inteligência artificial não estão dando o resultado esperado. Nesta semana, a Universidade de Fudan lançou o MOSS, uma plataforma que surge para rivalizar com o ChatGPT; o acesso no dia do lançamento foi tão grande que o sistema não aguentou.
Apenas horas depois de ser liberado para o público, na última segunda-feira (20), o serviço saiu do ar para não voltar mais. De acordo com a universidade, a plataforma não aguentou o tráfego de acessos na estreia, tendo de ser removida para a realização de atualizações e otimizações; ainda não há data para retorno.
Mesmo que tudo tivesse funcionado perfeitamente, os próprios pesquisadores responsáveis indicam que ainda será necessário um longo tempo para que o MOSS chegue ao nível de exatidão e entendimento do ChatGPT. Enquanto a inteligência artificial ainda parece patinar com o idioma local, mostrando maior proficiência no inglês, seu modelo de treinamento ainda tem poucos parâmetros, com a necessidade de maior treinamento e uma base mais ampla de conhecimento para que atinja os resultados aguardados.
Enquanto isso, outra expectativa recai sobre o Baidu, que pretende lançar em março sua própria resposta ao ChatGPT. Batizada de Ernie, a tecnologia será integrada a diferentes plataformas da empresa, como busca, assistência de voz, cloud computing e direção autônoma, com um modelo generativo que, também, deve ganhar mais e mais parâmetros com o tempo.
Desativar verificaçãoSugestões Premium
Fonte: Canaltech
Trending no Canaltech: