China tem apartamentos vazios suficientes para a população alemã

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Todos já ouvimos falar das cidades fantasmas da China, mas descobrimos que também existem cidades fantasmas, subúrbios fantasmas e duplex fantasmas. (REUTERS/David Gray) (REUTERS)
  • País asiático tem 90 milhões de apartamentos vazios

  • Crise preocupa e pode gerar um problema semelhante à 2008

  • Evergrande parece ‘problema pequeno’ perto da situação do mercado imobiliário

Ao jogar a associação de palavras com a economia da China agora, algumas frases vêm à mente que podem parecer injustas: esquema de pirâmide, castelo de cartas. Mas dois termos que não vêm à mente, e absolutamente não deveriam, são "estáveis" e "sustentáveis".

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Caso você seja americano, brasileiro ou europeu pode pensar que seu mercado imobiliário é selvagem. E isso é. Mas para pura espuma mortal, nada se compara à China. Não apenas os preços estão disparando, mas os imóveis representam quase 30% do PIB, em comparação com 19% para os EUA em sua bolha imobiliária. Pior, a habitação representa 78% dos ativos chineses, em comparação com 35% para os EUA. Estourar essa bolha afetaria a economia da China de uma forma que poderia fazer a Grande Recessão parecer uma festa de revelação de gênero estragada.

Espaço suficiente para toda população alemã

O que torna isso mais espumante é o fato de que possivelmente um quarto das moradias da China está simplesmente vazio. Todos já ouvimos falar das cidades fantasmas da China, mas descobrimos que também existem cidades fantasmas, subúrbios fantasmas e duplex fantasmas. E com a desaceleração do crescimento populacional da China, os fantasmas podem ser os únicos residentes a habitar esses lugares. Muita oferta mais pouca demanda é igual a adeus, bolha.

De acordo com um levantamento da Bloomberg, o mercado chinês tem aproximadamente 90 milhões de apartamentos vazios. Incluindo milhões nas chamadas cidades fantasmas, que o governo chinês criou esperando criar centros de consumo e emprego. Com essa quantidade de apartamentos, nós seríamos capazes de dar uma casa para cada habitante da Alemanha (87 milhões) ou acabar com pessoas em moradias de baixa qualidade ou moradores de rua no Brasil (por volta de 12 milhões vivem em situação de rua ou em favelas) e ainda sobraria milhões para o governo negociar.

Apesar da pujança da economia chinesa nas últimas décadas, está claro que certos exageros poderão custar um preço altíssimo no futuro. Em caso de uma crise no país asiático, veríamos cenas da crise de 2008 repetidas com uma injeção dos problemas que vivemos durante a pandemia da COVID-19.