China reduz demanda por petróleo com medidas para conter surto
(Bloomberg) -- A demanda por petróleo na China está sofrendo com novas medidas para conter um novo surto de infecções por Covid com um bloqueio escalonado de oito dias que abrange seu principal centro financeiro e pesa sobre o consumo no maior importador do mundo.
Em Xangai, cidade de 25 milhões de pessoas, o pico de congestionamento matinal na segunda-feira ficou 45% abaixo dos níveis do ano passado já que os trabalhadores tiveram que ficar em casa, de acordo com dados da Baidu Inc. No lado leste da cidade, algumas rodovias foram fechadas com barricadas erguidas nas entradas de túneis e pontes, e algumas empresas de logística interromperam o trabalho de caminhões nos portos locais. Após quatro dias, o bloqueio será transferido para a metade ocidental para a realização de testes em massa.
O surto de coronavírus na China pode pesar nos preços globais de petróleo depois que o produto atingiu o nível mais alto desde 2008 no início deste mês, quando a guerra na Ucrânia colocou em risco os suprimentos russos. Os futuros do Brent recuaram nesta segunda-feira, com os operadores precificando a pressão das autoridades na China para conter o surto juntamente com eventos na Ucrânia e tensões no Oriente Médio.
Xangai responde por cerca de 4% do consumo de petróleo da China, mostram dados oficiais. Com os últimos surtos lá e em outros lugares, a consultoria Energy Aspects cortou previsões de demanda de março a junho, com redução em 700.000 barris por dia para este mês, 600.000 barris por dia para abril e 150.000 barris para os outros dois meses. A empresa de dados e análise Kpler observou que os estoques de petróleo em Xangai alcançaram o maior nível em três semanas em 21 de março.
A demanda por gasolina em todo o país se enfraqueceu à medida que a mobilidade diminui, de acordo com a consultoria local JLC. Com os estoques de produtos subindo, as refinarias estatais chinesas podem exportar gasolina no próximo mês, abandonando um plano para interromper os embarques, disse a JLC.
O aprofundamento das restrições também afetou severamente os serviços de entrada e saída dos principais centros aéreos de Xangai. Na segunda-feira, 87% dos voos pelo aeroporto de Pudong foram cancelados enquanto o aeroporto de Hongqiao viu 81% dos serviços bidirecionais cancelados, segundo a VariFlight, provedora chinesa de dados de aviação.
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