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A cauda de um grande dinossauro poderia quebrar a barreira do som ao se mover?

Apesar do rigor científico das pesquisas, de vez em quando os cientistas podem se divertir com hipóteses divertidas e até mesmo absurdas. O estudo espirituoso da vez é fruto da união de paleontólogos e engenheiros aeroespaciais, que simularam o estalar da cauda de grandes dinossauros para ver se o movimento do membro poderia quebrar a barreira do som, criando uma explosão sÎnica. O objeto de estudo são os saurópodes, os grandes répteis antigos de pescoço longo.

Surpreendentemente, pesquisas nesse campo jå haviam sido feitas e definiram que os dinos poderiam, sim, balançar suas caudas mais råpido do que a velocidade do som (Mach 1, que fica a 337 m/s ou 1216 km/h) caso tivessem uma estrutura alongada na ponta, como em um chicote para gado. O potencial do membro para defesa contra predadores e em brigas internas nos grupos de saurópodes seria, então, muito maior.

Os enormes saurĂłpodes estiveram entre os animais mais longos do mundo, com caudas enormes e potencialmente destrutivas: serĂĄ que quebravam a barreira do som? (Imagem: Woodruf et al/Corbin Rainbolt)
Os enormes saurĂłpodes estiveram entre os animais mais longos do mundo, com caudas enormes e potencialmente destrutivas: serĂĄ que quebravam a barreira do som? (Imagem: Woodruf et al/Corbin Rainbolt)

Calculando a velocidade da cauda

A ideia, Ă© claro, foi contestada por outros paleontĂłlogos, parecendo um pouco absurda, o que resultou no estudo atual. Ele foca nos diplodocĂ­deos (Diplodocidae), grupo de saurĂłpodes que inclui os famosos Brontossauros, com caudas longas e esguias. A ciĂȘncia, embora aceite que elas possam ter sido usadas para defesa, tambĂ©m aponta que poderiam ser utilizadas principalmente para contrabalancear os pescoços longos, sondar o chĂŁo ao seu redor ou como um estabilizador, uma terceira perna, como nos cangurus.

A curiosidade em torno dos diplodocídeos também advém do seu recorde, jå que estão entre as mais longas criaturas que jå pisaram no planeta. Como nunca encontramos uma cauda completa, os pesquisadores tiveram de simular seu formato a partir do que jå foi achado, combinando 5 restos de fósseis do grupo saurópode. As simulaçÔes incluíram, depois, tecidos moles como pele, tendÔes e ligamentos, se empilhando sobre as 80 vértebras presentes apenas na cauda. Nós, humanos, temos 33 no corpo todo.

Nos registros fĂłsseis, temos apenas algumas impressĂ”es da pele dos dinos e ossos, sem vestĂ­gios do que estaria na parte interna dos tecidos moles — isso, tambĂ©m, teve de ser "adivinhado" com base na anatomia estimada dos rĂ©pteis. A grossura da pele foi calculada com base na derme dos crocodilos, modelando a deformação mecĂąnica sofrida pelos tecidos quando a cauda fosse balançada e estalada no efeito chicote.

As simulaçÔes computacionais ligaram a estrutura a uma cintura modelada imóvel, com peso de 1.446 kg e 12 m de comprimento. A pele, sendo complexa com fibras de colågeno para dar elasticidade, fica quase completamente quebradiça ao ser colocada sob altas tensÔes, segundo os cientistas.

Ao calcular as propriedades dos tecidos moles e o movimento rotacional da cauda, eles descobriram um membro mais rĂ­gido do que se pensava, se aproveitando do trabalho dos tendĂ”es e da musculatura para evitar a desarticulação das vĂ©rtebras ao colocar a cauda em movimento. Na simulação, ela acabou nĂŁo quebrando a barreira do som por conta da fricção muscular nas vĂ©rtebras e resistĂȘncia aerodinĂąmica. Caso superasse a velocidade do som, nessas condiçÔes, ela teria simplesmente se quebrado.

RĂĄpida, mas nĂŁo tanto

A ponta da cauda se moveu a velocidades de 30 m/s, ou 100 km/h, dez vezes mais lenta do que a velocidade do som. Ou seja: lenta demais para criar um estrondo sĂŽnico. Uma estrutura caudal no formato de um chicote nĂŁo suporta a tensĂŁo de se mover a 340 m/s sem se quebrar, independente de ser formada por filamentos de queratina trançada — como outras espĂ©cies de dinossauro —, segmentos de pele em 3 partes e queratina ou uma massa de carne como um mangual. Isso mesmo que a cintura aumentasse o movimento da cauda.

Apesar de nĂŁo quebrar a barreira do som, a chicotada de uma cauda dessas ainda doeria bastante, com um impacto de 315 km/h! (Imagem: Conti et al./Scientific Reports)
Apesar de nĂŁo quebrar a barreira do som, a chicotada de uma cauda dessas ainda doeria bastante, com um impacto de 315 km/h! (Imagem: Conti et al./Scientific Reports)

Mesmo sem habilidades ultrassÎnicas, a cauda dos diplodocídeos ainda poderia ter sido usada como uma arma efetiva contra predadores e rivais da mesma espécie. A 30 m/s, o impacto de um rabo de saurópode seria equivalente à pressão exercida por uma bola de golfe viajando a 315 km/h, o que pode não quebrar ossos ou rasgar pele, mas certamente faria um estrago no oponente.

Fonte: Canaltech

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