Caso Emmily: Tribunal julga se empresário deve voltar à prisão mas Promotoria retira acusação por feminicídio de brasileira
A Ministério Público argentino requalificou as acusações contra o empresário Francisco Sáenz Valiente no caso da morte da brasileira Emmily Gomes. O suspeito deixa de ser acusado de “feminicídio” e passa a responder pelo crime de “abandono de pessoa”, além do crime de “facilitação de drogas”, que foi mantido. Em até 10 dias úteis, o tribunal penal de Buenos Aires deve avaliar se Sáenz Valiente retorna à prisão preventiva, se continua a responder em liberdade ou se o caso será encerrado por falta de provas.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
Num giro inesperado tanto para a acusação quanto para a defesa, o Ministério Público da Argentina enfraqueceu a acusação de “feminicídio”, trocando-a por “abandono de pessoa seguido de morte” enquanto manteve a de “facilitação de drogas” numa indicação de que considera insuficientes as provas contra empresário Francisco Sáenz Valiente, de 52 anos, pelo homicídio da brasileira Emmily Rodrigues Santos Gomes, de 26 anos.
Ao apontar a figura jurídica de “abandono de pessoa seguido de morte” e manter a de “facilitação de drogas”, o Ministério Público vê, neste momento das investigações, mais chances de sucesso no processo contra o empresário e no pedido de prisão preventiva.
“A Promotoria entende, provisoriamente, que não existe a classificação legal do crime de feminicídio, substituindo-a por abandono de pessoa. Essa é uma mudança de posição importante”, considerou, positivamente surpreso, Rafael Cúneo Libarona, advogado do acusado.
O empresário tinha passado 20 dias preso desde 30 de março, quando a brasileira Emmily Gomes caiu do sexto andar, depois de pedir socorro.
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