Brasileiros deixam de pagar conta de luz para comprar comida
Dívidas não pagas de contas básicas de água e luz foram as que mais aumentaram em abril, representando um crescimento de 7,92% em comparação ao mesmo período em 2021;
Já a energia elétrica aumentou 20,52% nos últimos 12 meses até abril, superando a inflação geral de 12,13% do período;
O aumento do desemprego e a alta da inflação faz as pessoas direcionarem seus gastos para o consumo básico de alimentos, arriscando ter luz e água cortadas por não pagarem as contas.
As dívidas não pagas de contas básicas de água e luz foram as que mais aumentaram em abril, representando um crescimento de 7,92% em comparação à mesma data de 2021, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Enquanto isso, a energia elétrica aumentou 20,52% nos últimos 12 meses até abril, superando a inflação geral de 12,13% desse período.
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A coordenadora financeira da CDNL, Merula Borges, afirma que "o aumento da inadimplência de contas de água e luz retrata a situação do País".
O aumento do desemprego e a alta da inflação faz as pessoas direcionarem seus gastos para o consumo básico de alimentos, arriscando ter luz e água cortadas por não pagarem as contas.
Borges diz que, no passado, o crescimento da inadimplência de contas básicas se mantinha entre 2% e 3%.
Retrato do brasileiro
Viviane da Silva Rocha, de 36 anos, é mais uma brasileira que vive nesse cenário de incertezas. Em fevereiro deste ano, ela, que tem um filho de seis anos, e está desempregada há quatro meses, teve de escolher entre pagar a conta de luz e fazer as compras no supermercado. Viviane escolheu a segunda opção.
Desde a sua demissão de uma empresa de serviço de limpeza, ela sobrevive com o seguro-desemprego de R$ 1,2 mil e afirma ter sido a primeira vez que ficou inadimplente com o pagamento da conta de luz.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.