Brasil é o país que mais derrubou florestas primárias em 2021, aponta relatório
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Em 2021, mais de 11,1 milhões de hectares de florestas foram desmatados em todo o mundo, de acordo com um novo levantamento feito pelo World Resources Institute (WRI). Só o Brasil foi responsável por mais de um terço da destruição nas regiões tropicais, impulsionada principalmente pelo setor de carne bovina.
Desmatamento registrado na Amazônia em 2021 é o maior da última década
90% dos animais e plantas da Amazônia já foram afetados por incêndios florestais
A maior parte do desmatamento destruiu as chamadas florestas tropicais primárias — florestas antigas e, até então, intactas que armazenam um grande quantidade de carbono. No entanto, com tamanha destruição, essa cobertura vegetal pode passar a emitir carbono para a atmosfera, alimentando o aquecimento global.
Ainda assim, essa destruição não se limita às regiões tropicais. A Rússia, que abriga a maior área florestal do mundo, perdeu mais de 6,5 milhões de hectares para os incêndios florestais, mas o WRI não considera esse número na conta do desmatamento — especialmente porque a floresta tende a se recuperar.
O tamanho do desmatamento é assustador, mas não é novidade. O ano passado só não registrou uma destruição maior do que a observada em 2020. Embora muitas empresas e países tenham se comprometido em preservar esses importantes ecossistemas, na prática nada parece mudar.
Brasil lidera o ranking
Infelizmente, o desmatamento em território brasileiro não pega ninguém de surpresa. No ano passado, mais de 40% do desmatamento de florestas primárias aconteceu aqui. A maior parte na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.
A destruição é tanta que imagens de satélite revelam facilmente a extensão das áreas desmatadas. Os cientistas temem que o crescente desmatamento da Floresta Amazônica transforme a maior floresta tropical do mundo em uma savana.
A pesquisadora Frances Seymor, que participou do relatório, ressaltou que essa perda de floresta afeta não apenas o clima e a biodiversidade, mas também os povos indígenas que vivem na região amazônica. Outra região ameaçada por essa destruição é a República Democrática do Congo (RDC).
O Congo abriga a segunda maior floresta tropical do mundo e, embora não seja tão famosa quanto a Amazônia, ela não é menos importante. Essa floresta é lar de inúmeras espécies animais ameaçadas de extinção, como os chimpanzés e elefantes, além de mais de 100 grupos étnicos.
O maior destruidor de florestas
Sem sombra de dúvidas, o desmatamento de florestas para criação de gado é o maior destruidor da cobertura vegetal. O setor de gado destruiu mais que o dobro do desmatamento associado à produção de soja, óleo de palma e derivados de madeira, segundo a WWF.
O consumo global de carne também não para de subir. Em 1990 a humanidade consumiu 48 bilhões de quilos de carne bovina. Em 2019, esse número superou os 70 bilhões de quilos, de acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O Brasil também lidera o ranking de desmatamento associado à carne bovina. Em segundo lugar, fica o Paraguai. Os cientistas estimam que as empresas responsáveis pela criação de gado sejam responsáveis por até 80% de toda destruição da Floresta Amazônica.
A pecuária produz cerca de 10 vezes mais desmatamento do que a produção global de dendê. Embora seja um problema, é mais comum que empresas de dendê se comprometam a não destruir florestas do que o setor pecuário. Na contramão dessa tendencia, a Indonésia tem reduzido seu desmatamento.
Segundo o relatório, em 2021 o desmatamento na Indonésia caiu pelo quinto ano seguido, diminuindo 25% em relação a 2020. No ano passado, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), líderes globais se comprometeram a parar com o desmatamento até 2030.
Potências econômicas como a China ofereceram mais de 19 bilhões de dólares para ajudar os países em desenvolvimento na restauração e proteção de suas florestas. Outro ponto positivo, observado na Indonésia, é que as políticas ambientais estão integrando os direitos dos povos indígenas.
Fonte: Canaltech
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