Brasília em Off: Os três principais economistas de Lula
(Bloomberg) -- Embora tenha um verdadeiro exército de economistas que discutem propostas para compor seu programa de governo, Luiz Inácio Lula da Silva ouve, de fato, apenas três nomes no momento: os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Nelson Barbosa, além do presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante.
Integrantes da campanha afirmam que há muita especulação sobre nomes que são colocados como porta-vozes do ex-presidente junto ao mercado financeiro, sendo que alguns Lula sequer conhece pessoalmente.
À medida que a campanha avançar, afirmam esses integrantes, outros economistas ganharão protagonismo, inclusive de partidos aliados, mas isso ainda é algo em construção.
O papel de Alckmin
Vice na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin também terá como missão ajudar no diálogo com setores econômicos. Entre eles estão o agronegócio, o segmento médico e também automotivo.
A partir da oficialização da campanha, Lula e Alckmin viajarão pelo país juntos. A ideia é mostrar aos eleitores e ao setor produtivo que a participação do ex-governador na chapa é para valer e não algo figurativo.
A volta do Planejamento
Entre os planos de Lula caso seja eleito está a recriação dos ministérios do Planejamento e do Desenvolvimento, que foram colocados sob a batuta da Economia no governo de Jair Bolsonaro. O Planejamento se tornaria uma pasta turbinada e abrigaria, por exemplo, um programa robusto de reforço do investimento público.
Alianças do STF
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) chegaram à conclusão de que é preciso construir uma aliança com o Congresso e resgatar a proximidade que ocorreu na época da votação da PEC do voto impresso.
Naquela ocasião, houve não apenas diálogo, mas uma real articulação para derrotar a ideia apoiada por Bolsonaro de exigir a impressão de cédulas físicas conferíveis pelos eleitores. Membros da comissão parlamentar que analisou o assunto chegaram a ser substituídos e até líderes do centrão que apoiavam o presidente trabalharam em cooperação com o Judiciário contra Bolsonaro.
A ideia dos ministros é voltar a fazer essa interlocução mais próxima a partir de agora e evitar crises como a desencadeada pela condenação pelo STF do deputado Daniel Silveira.
Teto em reforma
Como já admitiu o próprio Bolsonaro, integrantes da equipe econômica reforçam que o governo terá que fazer ajustes na regra do teto de gastos caso o presidente seja reeleito. O governo não consegue usar um centavo do excesso de arrecadação para investimentos em infraestrutura por causa do teto, afirmou Bolsonaro na semana passada, em entrevista à Rádio Metrópole FM. Segundo ele, uma alteração da regra poderá ser discutida depois das eleições.
Segundo técnicos da Economia, de fato, algo terá que ser retirado do limite -- sejam gastos para combate à pobreza com recursos das estatais, sejam investimentos públicos. O importante, afirmam, é manter o conceito de despesas controladas, ainda que com exceções.
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