Bolsonaro diz sofrer pressão para demitir Paulo Guedes: "Cansado"

Bolsonaro disse sofrer pressão de aliados para demitir Guedes  REUTERS/Adriano Machado
Bolsonaro disse sofrer pressão de aliados para demitir Guedes REUTERS/Adriano Machado
  • Apesar de estar pressionado Bolsonaro disse que se mantém ‘fiel’ ao ministro

  • A alta dos combustíveis e valor registrado no IPCA são os motivos pela pressão;

  • Aliados do Centrão pedem a troca do comando da pasta há meses.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, é alvo dentro da base aliada do governo. Jair Bolsonaro confessou nesta segunda-feira, 6, que sofre pressões para demitir o ministro da Economia para 'resolver certos assuntos'. Por estar a frente de pontos sensíveis à reeleição, como a alta dos combustíveis e IPCA recorde registrado nos últimos meses, a troca do comando da pasta tem sido defendido há meses por aliados, especialmente do Centrão.

"Vejo (Paulo) Guedes de vez em quando cansado, o que é natural. É um ministro que no passado era muito trocado, o da Economia. De vez em quando, alguns querem que eu troque ele, entre outros, para resolver certos assuntos. Prefiro conversar com eles e, dentro daquela lealdade mútua que nós temos mudarmos alguma coisa e prosseguir nessa luta", declarou Bolsonaro em entrevista à TV 'Terraviva'.

O voto de confiança em Guedes, é reiterado por Bolsonaro, que enxerga a recuperação de sua popularidade através da área econômica. Entre as principais missões do ministro para os próximos dias, está desembaraçar a questão dos combustíveis no campo da tributação

"Com toda a certeza, sim. Depende dele, né. (...) Ele já se mostrou favorável a isso, tem trabalhado para isso e espero que nos próximos dias, nesta semana mesmo, tenhamos uma boa notícia sobre preço dos combustíveis no Brasil", pontuou Bolsonaro.

Com defasagem de 13% preço da gasolina deve subir

O preço do litro da gasolina, há 87 dias congelado nas refinarias da Petrobras, já possui uma diferença de 13% em relação aos preços internacionais. O último reajuste ocorreu no dia 11 de março, quando o preço médio subiu 18,8% ou R$ 0,61 por litro.

Este é o maior intervalo sem reajustes em, pelo menos, dois anos e meio. Apesar dos preços do combustível estar nas alturas nos postos de todo o país, eles podem aumentar ainda mais por estarem defasados com relação ao mercado internacional.