Mercado fechará em 6 h 22 min
  • BOVESPA

    98.049,01
    +122,66 (+0,13%)
     
  • MERVAL

    38.390,84
    +233,89 (+0,61%)
     
  • MXX

    52.827,93
    +277,53 (+0,53%)
     
  • PETROLEO CRU

    68,43
    -1,53 (-2,19%)
     
  • OURO

    2.000,00
    +4,10 (+0,21%)
     
  • Bitcoin USD

    27.907,37
    +441,80 (+1,61%)
     
  • CMC Crypto 200

    608,36
    -10,03 (-1,62%)
     
  • S&P500

    3.926,72
    -22,00 (-0,56%)
     
  • DOW JONES

    31.935,40
    -169,85 (-0,53%)
     
  • FTSE

    7.391,49
    -108,11 (-1,44%)
     
  • HANG SENG

    19.915,68
    -133,96 (-0,67%)
     
  • NIKKEI

    27.385,25
    -34,36 (-0,13%)
     
  • NASDAQ

    12.809,75
    -44,25 (-0,34%)
     
  • BATS 1000 Index

    0,0000
    0,0000 (0,00%)
     
  • EURO/R$

    5,7167
    -0,0133 (-0,23%)
     

BNDES quer dobrar volume de crédito para R$ 200 bilhões até 2026

(Bloomberg) -- O BNDES planeja emitir títulos isentos de impostos para dobrar suas operações de crédito para cerca de R$ 200 bilhões sem a ajuda do Tesouro, de acordo com o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos da instituição, Nelson Barbosa.

O ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff e agora integrante do BNDES disse que os títulos serão vinculados a projetos de desenvolvimento em áreas nas quais a instituição quer investir, como transição energética, inovação e infraestrutura. Eles estarão disponíveis para todos os perfis de investidores, inclusive individuais, adoçados pela isenção de imposto de renda.

“Um dos nossos objetivos é recuperar o tamanho histórico do BNDES, o que significa dobrar o tamanho do banco”, disse Barbosa em entrevista de seu escritório em Brasília. “Ao invés do Tesouro tomar emprestado e repassar ao BNDES, o próprio banco vai captar o dinheiro.”

O BNDES historicamente desembolsou cerca de 2% do PIB em empréstimos, ou R$ 200 bilhões, segundo Barbosa. Para recuperar isso, será preciso dobrar o volume das operações de crédito, hoje pouco mais de R$ 100 bilhões, até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desta vez, porém, o governo quer evitar erros do passado, incluindo grandes injeções de dinheiro público que prejudicaram as contas públicas e a credibilidade fiscal do Brasil. A carteira de empréstimos do BNDES havia se expandido gradualmente com recursos do Tesouro durante os dois primeiros mandatos de Lula, chegando a cerca de R$ 1 trilhão no governo Dilma Rousseff, mais que o volume do Banco Mundial.

Grande parte do financiamento apoiou empresas como a Petrobras e a JBS, que embarcaram em ambiciosas aquisições e expansões globais. Junto com a chamada política dos campeões nacionais, no entanto, surgiram denúncias de que o banco favorecia aliados políticos e entregava generosos bônus anuais a seus funcionários com base no volume de operações de crédito que fechavam, o que gerou investigações de corrupção. Investigações internas realizadas pelo banco não encontraram irregularidades.

Agora, o BNDES vai direcionar seus recursos para algumas atividades econômicas que considera necessárias para gerar crescimento e empregos, e não para empresas específicas. Se os recursos acabarem beneficiando um pequeno número de empresas de um setor específico, isso só acontecerá em decorrência da concentração que já existe, e não por estratégia do banco, disse Barbosa.

“Nosso foco é mais em atividades do que em empresas”, disse ele. “Queremos estimular a inovação, a reindustrialização, a inteligência artificial.”

Americanas

O governo ainda está medindo o impacto da implosão da varejista Americanas no mercado de crédito do país, disse Barbosa. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial no mês passado, após o anúncio de uma inconsistência contábil de R$ 20 bilhões em seu balanço.

“Por enquanto, é uma crise de liquidez concentrada no varejo que pode ser resolvida pelo Banco Central e pelo próprio sistema bancário”, afirmou.

Ainda assim, o governo detectou uma desaceleração do crédito que pode ser estrutural ou não, disse, acrescentando que o BNDES intervirá se necessário, oferecendo linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas, bem como para quem precisa de capital de giro.

O banco também estuda a possibilidade de cobrar taxas de juros diferenciadas de acordo com o perfil do cliente. Em apenas alguns casos, a taxa seria subsidiada.

“Os subsídios não devem ser demonizados, mas precisamos buscar seu tamanho ideal e usá-los de forma eficaz e transparente”, disse Barbosa, citando setores como inovação, sustentabilidade climática e transição energética como potenciais candidatos. “Se houver subsídio do BNDES, será feito de forma transparente e para alguns setores selecionados.”

More stories like this are available on bloomberg.com

©2023 Bloomberg L.P.