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Bloodworm: por que a larva-vermelha possui dentes de metal?

·2 min de leitura

A larva-vermelha, tambĂ©m conhecida como bloodworm, possui dentes metĂĄlicos que hĂĄ muito tempo vĂȘm intrigando a ciĂȘncia. No entanto, um estudo publicado na revista cientĂ­fica Matter finalmente lançou luz sobre as principais razĂ”es em torno dessa caracterĂ­stica tĂŁo excĂȘntrica desse animal do gĂȘnero Glycera.

Basicamente, esse verme feroz e venenoso conta com quatro dentes compostos de cobre, usados ​​tanto para morder presas quanto para lutar com rivais. As mandĂ­bulas do bloodworm tĂȘm 10% de cristais de cobre e sĂŁo tĂŁo resistentes que um Ășnico conjunto dura cerca de cinco anos (o que representa bastante para o tempo de vida da espĂ©cie).

Os dentes podem atuar como um catalisador, aumentando a velocidade com que o veneno atua na vĂ­tima. Segundo o recente artigo desenvolvido por pesquisadores da University of California, o segredo por trĂĄs dessas presas metĂĄlicas Ă© uma proteĂ­na composta principalmente de glicina (um aminoĂĄcido com propriedades antioxidantes e imunomoduladoras) e histidina (que tambĂ©m Ă© um aminoĂĄcido, com participação na via glicogĂȘnica e na estrutura de proteĂ­nas).

Proteínas ajudam na formação das presas metålicas do bloodworm (Imagem: Wonderly et al., 2022/Matter)
Proteínas ajudam na formação das presas metålicas do bloodworm (Imagem: Wonderly et al., 2022/Matter)

A larva-vermelha começa com um precursor de proteína, que junta cobre para se concentrar em um líquido viscoso. A proteína então usa o cobre para catalisar a conversão do derivado do aminoåcido em melanina, um polímero que confere à mandíbula propriedades mecùnicas que lembram metais. Por meio desse processo, o verme é capaz de sintetizar facilmente um material que, se criado em laboratório, dependeria de um processo complicado envolvendo muitos aparelhos, solventes e temperaturas diferentes.

“Bloodworms sĂŁo muito desagradĂĄveis, pois sĂŁo mal-humorados e facilmente provocados. Quando encontram outro verme, geralmente lutam usando suas mandĂ­bulas de cobre como armas", afirmam os pesquisadores por trĂĄs do estudo. "Nunca esperĂĄvamos que uma proteĂ­na com uma composição tĂŁo simples, ou seja, principalmente glicina e histidina, desempenhasse tantas funçÔes e atividades nĂŁo relacionadas", concluem.

Fonte: Canaltech

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