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Bitcoin: o ouro digital

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Para entender nĂŁo sĂł como funcionam as criptomoedas, mas tambĂ©m o porquĂȘ de elas estarem atraindo cada vez mais investidores e a atenção dos governos em todo o mundo, Ă© preciso, primeiro, conhecer a histĂłria do dinheiro e a importĂąncia da moeda para a evolução da sociedade.

A economia mundial, atĂ© hĂĄ alguns milhares de anos, girava em torno da troca, do escambo. O homem primitivo que precisasse de algo que nĂŁo pudesse produzir ou capturar com suas prĂłprias mĂŁos, tinha como Ășnica opção procurar outra pessoa que possuĂ­sse aquele item desejado para realizar uma troca.

Contudo, com a evolução da civilização, esse processo começou a se tornar extremamente complexo e inviĂĄvel por diversos motivos, como logĂ­stica e armazenamento, por exemplo, tornando, inclusive, o acĂșmulo de capital e o enriquecimento impossĂ­veis.

Datadas do século VII a.C., surgiram na Lídia, atual Turquia, as primeiras moedas baseadas em ligas metålicas e semelhantes às que conhecemos hoje, como uma evolução natural do sistema de troca.

AtĂ© hoje, o ouro, por exemplo, Ă© utilizado como uma das maneiras mais seguras e rentĂĄveis de investimento e acĂșmulo de capital. Isso porque ele Ă© muito resistente, relativamente raro e, o mais importante, impossĂ­vel de produzir. Como ele Ă© um recurso natural finito, a Ășnica forma de conseguir mais ouro Ă© minerando. Contudo, mesmo com muita mineração Ă© possĂ­vel aumentar a base total de ouro no mundo somente em 1% ou 2%.

Assim como as moedas em metal e papel surgiram como um processo de revolução natural do escambo, as criptomoedas, ou dinheiro digital, são o próximo passo evolutivo monetårio e, hoje, a sua principal representante é também a primeira delas, o Bitcoin.

O Bitcoin se tornou tĂŁo importante que, atualmente, jĂĄ Ă© a moeda oficial em dois paĂ­ses, El Salvador e, mais recentemente, a RepĂșblica Centro-Africana. AlĂ©m disso, espera-se que mais paĂ­ses comecem a adotar o sistema como parte complementar na economia.

O funcionamento do Bitcoin

É difĂ­cil explicar como o Bitcoin funciona em poucas linhas, pois Ă© um sistema extremamente complexo. Mas, resumidamente, trata-se de um tipo de sistema de computador baseado em tecnologia blockchain, ou seja, ele nĂŁo estĂĄ em apenas um local, mas sim espalhado por milhĂ”es de computadores em todo o mundo, de maneira criptografada. Eles, juntos, possuem o registro de todos os Bitcoins existentes no mundo, como se fosse uma planilha de Excel gigante, dizendo que a conta tal tem dois bitcoins e a outra tem 3.000 bitcoins, por exemplo.

No momento em que uma pessoa transfere um Bitcoin de uma conta para outra, acontece um registro em milhĂ”es de computadores e, simultaneamente, uma espĂ©cie de “votação” acontece entre os computadores da rede para analisarem se eles aceitam essa transação ou nĂŁo. Por isso, Ă© considerado impossĂ­vel hackear o Bitcoin, pois seria necessĂĄria uma capacidade de processamento maior do que a de toda a rede existente junta.

Semelhante ao ouro, o Bitcoin tambĂ©m nĂŁo pode ser produzido. Ele possui uma quantidade fixa — algo programado para chegar ao montante mĂĄximo de 21 milhĂ”es de Bitcoins, mas nĂŁo atingirĂĄ essa quantidade exata — e sĂł pode ser criado “minerando”. Isso significa, basicamente, ter que colocar o seu computador para resolver problemas matemĂĄticos muito complexos e especĂ­ficos. EntĂŁo, uma pessoa que deseje minerar Bitcoins atua praticamente como um minerador real de ouro, que coloca suas mĂĄquinas para trabalhar em uma mina, com dispĂȘndio de muita energia e algum custo.

Blockchain Ă© a estrutura baseada em criptografia que garante a integridade da rede do Bitcoin (Imagem: RawPixel/Freepik)
Blockchain Ă© a estrutura baseada em criptografia que garante a integridade da rede do Bitcoin (Imagem: RawPixel/Freepik)

Depois de resolvidos os problemas matemĂĄticos, o computador comunica toda a rede sobre o feito. Em seguida, ela realiza uma votação se aquela resposta estĂĄ correta ou nĂŁo. Quando a resposta Ă© positiva, o sistema libera um novo Bitcoin para a conta de quem minerou, ou seja, a criptomoeda funciona como um “ouro digital”, que vocĂȘ nĂŁo consegue criar facilmente ou inflacionar.

Vale ressaltar que, assim como qualquer outro sistema monetĂĄrio, o Bitcoin tem seu valor definido por convenção, ou seja, porque a sociedade, ou um nĂșmero especĂ­fico de pessoas, decidiu que ele tem valor. A moeda sĂł vale porque outras pessoas acreditam que aquele dinheiro pode ser trocado por outra coisa. E isso Ă© ser dinheiro!

No Bitcoin, temos todas as caracterĂ­sticas necessĂĄrias para a existĂȘncia de um dinheiro, que sĂŁo: confiança e uma base grande de usuĂĄrios, ser altamente portĂĄtil e divisĂ­vel e, o mais importante, nĂŁo poder ser inflado por nenhum governo do mundo. Essa Ășltima caracterĂ­stica deixa os polĂ­ticos apreensivos, pois o Bitcoin estĂĄ fora do controle deles, atĂ© o momento.

Isso porque todos os anos o equivalente a bilhĂ”es de reais Ă© transformado em Bitcoins e este dinheiro estĂĄ fora do alcance dos lĂ­deres polĂ­ticos. Isso pode trazer consequĂȘncias econĂŽmicas dramĂĄticas na medida em que este tipo de moeda for sendo mais e mais adotada no mundo. Como toda mudança, ela vai trazer pontos bons e ruins.

Segundo o ranking de paĂ­ses que estĂŁo mais avançados na adoção do Bitcoin e do criptomercado, da Chainalysis, empresa global de anĂĄlise de dados em blockchain, potĂȘncias como Índia e Estados Unidos, assim como nossos vizinhos Venezuela e Argentina, estĂŁo em destaque. Segundo o levantamento, o Brasil estĂĄ na 11ÂȘ posição entre os maiores mercados de criptomoedas do mundo e Ă© o primeiro na AmĂ©rica do Sul. A Chainalysis revelou tambĂ©m que o PaĂ­s tem o uso mais sofisticado dos ativos digitais na regiĂŁo, sendo responsĂĄvel pela maior parte das transaçÔes, movimentando mais de R$ 707 bilhĂ”es em criptomoedas no Ășltimo ano.

Regulamentação da criptomoeda

Essa relevùncia do Bitcoin para a economia nacional explica a movimentação do Governo Federal na criação da regulação do setor com a aprovação, por exemplo, do Projeto de Lei (PL) 3.825/2019, pelo Senado. Isso porque as criptomoedas abrem muitas oportunidades o cidadão e ao investidor, como poder viver com menor carga tributåria. Porém, do ponto de vista do financiamento dos governos, do controle da soberania dos países, o Bitcoin traz desafios enormes.

O PL, que agora segue ao plenårio da Cùmara dos Deputados, onde precisa ser aprovado por maioria simples antes de seguir para sanção presidencial, regulamenta o mercado interno de criptomoedas e estabelece regras para a operação de ativos digitais no País. O texto visa, ainda, combater os crimes com criptoativos e cria mecanismos de proteção aos investidores.

A regulação do setor e o interesse dos governos em criarem mecanismos que tornem a utilização das criptomoedas ainda mais simples e confiåveis por todos são bem-vindos e são um passo importante para a democratização do Bitcoin que, infelizmente, ainda é uma realidade para uma parcela muito pequena da sociedade. A aprovação de Projetos de Lei nesse sentido é um marco para o País e pode reforçar a posição de liderança do Brasil na América Latina e ampliar sua relevùncia no mercado mundial.

Fonte: Canaltech

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