Líder em vacinação domiciliar, Beep quer ganhar terreno na medicina diagnóstica

Entusiasta da Amazon e da transformação que Jeff Bezos promoveu no mundo do e-commerce, o médico paulistano Vander Corteze já era um empreendedor da área da saúde quando resolveu criar a Beep, healthtech líder em vacinação domiciliar e que, hoje, está presente em quase 150 cidades de seis estados brasileiros. O sucesso que obteve com a BR MED, rede de clínicas de medicina do trabalho, deu base para Corteze se jogar em uma solução muito mais disruptiva ao se perguntar por que, em meio a tantos aplicativos ainda não havia uma plataforma de saúde disponível na palma da mão das pessoas.

Surfando na tendência de e-commerce e delivery que já dominava os smartphones antes da pandemia, Corteze fundou, em 2016, a Beep Saúde. O serviço oferecido pela empresa, no início da operação, era o atendimento médico domiciliar, mas a oferta de consultas em casa não decolou, e a escuta ativa do consumidor foi fundamental para a pivotagem do negócio. “Foi um ano e meio oferecendo este serviço e, por ‘n’ razões, ele não tracionava. Então nós fomos ouvindo o verdadeiro CEO do negócio: o cliente. Reagindo ao feedback, na virada de 2017 para 2018, nós começamos a fazer o que fazemos até hoje: oferecer vacina em casa”, afirma Corteze.

Para o fundador e CEO da Beep, o que consolidou a empresa como líder em vacinação sem sequer ter uma clínica aberta ao público foi o uso da tecnologia para otimizar a eficiência e reduzir o custo da logística para alcançar, inclusive, cidades e bairros menos populosos. “Antes da Beep, o serviço de vacinação em casa já existia, mas era exclusivo a pessoas com alto poder aquisitivo. O que nós fazemos é oferecer serviço de saúde domiciliar de alta qualidade com preço acessível”, explica o executivo.

Após encontrar o serviço que o mercado estava demandando, a Beep não parou mais de crescer e, diante do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, o negócio escalou de forma mais acelerada do que previsto. “Muita gente que antes nem cogitava comprar esse tipo de serviço online se viu na necessidade de comprar. A pandemia acelerou todo o tipo de e-commmerce, inclusive o nosso e-commerce de serviço de saúde”, avalia Corteze.

Medicina diagnóstica e novos serviços

A liderança no setor de vacinação não fez Vander se acomoda. A meta mais urgente da Beep agora é se tornar relevante no segmento de medicina diagnóstica domiciliar. Além disso, o CEO da startup revela outros que estão no radar da healthtech, como telemedicina, entrega de medicamentos, aplicação de infusões e outros atendimentos em sinergia com o que já é oferecido hoje.

“Queremos que, daqui a algum tempo, quando você estiver sentado com amigos em um bar ou em um jantar de família, por exemplo, se você disser que precisa de algo relativo à saúde, alguém na mesa responda: ‘dá uma olhada na Beep’”, afirma Corteze.

Da faculdade de medicina para o empreendedorismo disruptivo

Formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Vander Corteze estudou gestão de negócios no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e foi oficial militar do Corpo de Bombeiros do Estado. Ao perceber que ainda não existiam aplicativos nem plataformas digitais que permitissem a compra on-line de serviços de saúde com entrega domiciliar de forma prática, eficiente e acessível, Corteze fundou a Beep Saúde em 2016. Hoje, a healthtech tem investidores como Valor Capital, DNA Capital, Endeavor Catalyst e David Vélez (fundador e CEO do Nubank). A empresa já opera nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Espírito Santo e Pernambuco e possui parceria com mais de 30 operadoras de saúde do Brasil.