BCE deve evitar altas de juros maiores que 0,25 pp, diz pesquisa
(Bloomberg) -- Os esforços dos dirigentes mais agressivos do Banco Central Europeu para garantir um aumento inicial de juros de meio ponto percentual devem falhar, de acordo com uma pesquisa da Bloomberg junto a economistas.
O BCE elevarĂĄ sua taxa bĂĄsica - atualmente em -0,5% - em um quarto de ponto percentual em julho e novamente em setembro, segundo a pesquisa. Em linha com a trajetĂłria traçada pela presidente Christine Lagarde para acabar com o custo do dinheiro negativo no terceiro trimestre, a previsĂŁo Ă© menos agressiva do que o caminho buscado por dirigentes como o austrĂaco Robert Holzmann.
Os apelos por uma ação mais enĂ©rgica do BCE na redução de anos de medidas de estĂmulo seguem outro recorde de inflação na zona do euro no mĂȘs passado, quando os preços subiram 8,1% - mais de quatro vezes a meta.
Lagarde, no entanto, deve usar sua entrevista coletiva de 9 de junho para afirmar a estratĂ©gia de saĂda mais cautelosa que ela delineou na semana passada - ou seja, um fim iminente das compras de ativos em grande escala antes da alta de juros no prĂłximo mĂȘs.
âO BCE irĂĄ apenas se comprometer com um aumento da taxa de depĂłsito em julho, reiterando sua intenção de acabar com a flexibilização quantitativa conforme planejado, no final do segundo trimestreâ, disse Claus Vistesen, economista-chefe para zona do euro da Pantheon Macroeconomics. âA questĂŁo Ă© se serĂĄ de 25 ou 50 pontos-base. Achamos que serĂĄ 25, mas a pressĂŁo estĂĄ aumentando para agir de forma mais decisiva.â
Os mercados de derivativos acham que a resposta serĂĄ 0,5 ponto percentual, mudando na quinta-feira para precificar um movimento desse tamanho.
A chave para a decisĂŁo do BCE serĂŁo as novas projeçÔes elaboradas com todos os 19 paĂses membros da ĂĄrea do euro. SĂŁo esperadas revisĂ”es para cima significativas da inflação para este ano e para o prĂłximo, juntamente com uma perspectiva muito mais fraca para a expansĂŁo econĂŽmica devido Ă guerra na UcrĂąnia e aos gargalos da cadeia de suprimentos na Ăsia.
A previsão é que a alta de preços deve convergir para a meta de 2% em 2024, embora a faixa das estimativas de 1,2% a 3% seja ampla. O próprio BCE tem dificuldade em prever com precisão a inflação, subestimando a alta desde que os custos de energia e alimentos começaram a disparar no ano passado.
âMuitos membros do Conselho do BCE perderam a fĂ© na capacidade do BCE de prever a inflação no ambiente atual e viram sinais suficientes de pressĂ”es inflacionĂĄrias ascendentes para justificar uma açãoâ, disse Jan von Gerich, analista-chefe da Nordea. A Ășnica razĂŁo pela qual eles nĂŁo aumentarĂŁo as taxas em junho Ă© um antigo compromisso de que a flexibilização quantitativa terĂĄ que ser oficialmente encerrada primeiro, disse.
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