Banco do Brasil lucra R$8,55 bi no 1º tri, dentro do esperado

Agência do Banco do Brasil em Uberaba (MG)

SÃO PAULO (Reuters) -O Banco do Brasil teve lucro líquido ajustado de 8,55 bilhões de reais no primeiro trimestre, uma expansão de cerca de 29% sobre o mesmo período do ano passado, apesar de as provisões para perdas com empréstimos terem mais do que dobrado.

Analistas, em média, esperavam que o banco estatal apresentasse lucro líquido de 8,69 bilhões de reais para os três primeiros meses do ano, segundo dados da Refinitiv.

A provisão para perdas com empréstimos disparou 112,3% na comparação anual, para 5,86 bilhões de reais, segundo balanço publicado nesta segunda-feira.

O BB também anunciou nesta que aprovou distribuição de 351 milhões de reais em dividendos e 1,87 bilhão de reais em juros sobre capital próprio.

O aumento da provisão ocorreu com o índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias voltando a crescer, seguindo tendência do mercado diante da elevação dos juros no país no período. A inadimplência também cresceu em meio a uma série de recuperações judiciais em setores importantes como varejo e energia, incluindo de Americanas no início deste ano.

O índice de calotes passou de 1,89% da carteira no início do ano passado para 2,62% ao final de março, número também maior que os 2,51% do final de 2022.

O resultado do BB no trimestre contou com ajuda de seu braço de seguros e previdência, BB Seguridade, que mais cedo divulgou aumento de 51,5% no lucro do primeiro trimestre, no que chamou de melhor desempenho para o período de sua história.

Na linha de receitas com seguros, previdência e capitalização, o BB apurou faturamento de 1,3 bilhão de reais no primeiro trimestre, expansão de 10,7% sobre um ano antes e segundo melhor desempenho entre os principais negócios do banco, só perdendo para o crescimento de 20,4% com cartões.

O BB apurou um índice de eficiência -- quanto menor, melhor -- de 29% de janeiro a março, o melhor da série histórica e abaixo dos 29,4% do final do ano passado e dos 34,7% do início de 2022.

Já a rentabilidade sobre patrimônio líquido médio foi de 20,8% em termos ajustados, acima dos 17,9% de um ano antes.

O banco terminou março com uma carteira de crédito ampliada de 1,03 trilhão de reais, avanço em 12 meses de 16,8%. A margem financeira líquida saltou 21,7%, a 15,3 bilhões de reais.

O BB praticamente manteve sua rede de 3.980 agências, mas cortou 87 postos de atendimento e 187 pontos de atendimento "eletrônico" em um ano. Já o número de funcionários foi reduzido em cerca de 1.000 posições sobre o início de 2022, para 85.457 ao final de março, número menor também que os 85.953 de dezembro.

(Por Alberto Alerigi Jr.Edição de Pedro Fonseca)