Artigo na Bloomberg não elogiou medida do governo para reduzir preço de combustíveis
Informação errada foi reproduzida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro no Twitter
Segundo a publicação, um artigo da agência Bloomberg exaltou um pacote anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira (6)
O texto, na verdade, elogiou outras medidas, implementadas em meses anteriores, para redução da alíquota do Imposto de Importação
Uma publicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – em que ele tuitou que medida do presidente Jair Bolsonaro (PL) para reduzir impostos e o preço dos combustíveis foi "destaque na Bloomberg" – circula no Twitter com mais de 12 mil interações.
Contudo, o artigo mencionado no programa não se refere ao anúncio da última segunda-feira (6), que visa a redução no preço dos combustíveis. O texto elogiou os diferentes cortes na alíquota do Imposto de Importação de outros produtos, sobretudo alimentos.
O vídeo que acompanha a publicação foi retirado do programa Fechamento Touro de Ouro com Pablo Spyer, que foi ao ar na Jovem Pan na última terça-feira (7). No programa, Spyer afirmou:
"Se aquele novo pacotão de subsídio aos combustíveis anunciado ontem [6/06] pelo presidente Jair Bolsonaro trouxe preocupações com as contas públicas também trouxe alívio porque não mexe na política de preço da Petrobras [...] essa medida é tão importante e inusitada que foi até elogiada por um importante jornalista americano da Bloomberg, chamado David Fickling".
Em seguida, ele disse que, segundo o artigo, "o Brasil tem ótimas ideias para combater a inflação" e que o autor elogiou os cortes nos impostos de importação sobre o etanol, margarina, café, queijo, açúcar, soja entre outros.
Mas nas redes, usuários, como Eduardo Bolsonaro, afirmaram que o artigo – publicado pelo colunista de opinião da Bloomberg David Fickling – tratou da medida do governo federal para redução do preço do gás e combustíveis.
Artigo da Bloomberg
Na coluna da última segunda-feira (6), no entanto, Fickling mencionou somente a medida de redução da alíquota do Imposto de Importação de determinados produtos como mecanismo para controle da inflação:
"Com a inflação em 12,1%, seu maior nível desde 2003, o país [Brasil] se apressa para baixar o custo dos produtos importados. Os impostos sobre cerca de 6.195 produtos seriam temporariamente reduzidos em 10%, anunciou o governo no mês passado [maio]. Isso segue uma rodada semelhante de reduções do final do ano passado".
Procurado pela redação do Yahoo! Notícias, Pablo Spyer informou que leria o trecho em questão em seu programa desta quinta-feira (9). Na edição, Spyer esclareceu sobre o artigo.
No artigo, Fickling menciona ainda cortes em taxas de importação que ocorreram em março. Porém, em nenhum trecho, o colunista estadunidense se referiu à proposta do presidente Bolsonaro, anunciada na segunda-feira (6/06) para repor a perda de receita dos estados, caso zerem o ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha.
Na mesma oportunidade, Bolsonaro prometeu que poderia zerar os tributos federais sobre a gasolina e o etanol.