Apple diz que vai recorrer da suspensão de venda de iPhones sem carregador
Órgão cassou o registro de aparelhos da marca a partir do iPhone 12
Empresa disse que vai recorrer da decisão da Senacon
Companhia diz que adotou medida por questões ambientais
Todo mundo sabe que nenhum celular funciona sem estar devidamente carregado. Mesmo assim, a Apple resolveu começar a comercializar aparelhos sem o cabo que recarrega os dispositivos. A decisão controversa tem gerado movimentações nos órgãos de defesa do consumidor.
Depois que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), um órgão vinculado ao Ministério da Justiça, decretou a suspensão da venda de iPhones que não trazem o cabo de recarga, a empresa anunciou que vai recorrer da decisão.
A entidade multou a companhia em R$ 12.274.500,00. Além disso, cassou o registro de aparelhos da marca a partir do iPhone 12. A Senacon avalia que a prática de separar o carregador do smartphone configuraria uma venda casada. O órgão defende ainda que a medida não provou que traz benefícios para a preservação ambiental.
“Não há elementos para considerar justificada uma operação que, visando, declaradamente, a reduzir emissões de carbono, acarreta a inserção no mercado de consumo de produto cujo uso depende da aquisição de outro, que é, também, comercializado pela empresa”, justificou Laura Postal Tirelli, diretora da Senacon, de acordo com a CNN.
Em nota, a Apple alegou que “adaptadores de energia representaram nosso maior uso de zinco e plástico e eliminá-los da caixa ajudou a reduzir mais de 2 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono – o equivalente a remover 500.000 carros da estrada por ano”.
A corporação ainda diz que existem bilhões de adaptadores de energia USB-A já em uso em todo o mundo. "Já ganhamos várias decisões judiciais no Brasil sobre esse assunto e estamos confiantes de que nossos clientes estão cientes das várias opções para carregar e conectar seus dispositivos. Continuaremos trabalhando com a Senacon para resolver suas preocupações e planejamos recorrer dessa decisão”, disse a Apple.