McDonald’s anuncia que vai deixar a Rússia definitivamente após 30 anos
Impacto financeiro para empresa deve ser de até R$ 7 bilhões;
McDonald's contava com mais de 800 restaurantes, empregando 62 mil pessoas;
Primeiro McDonald's no país foi aberto logo após a queda do Muro de Berlim.
Um dos maiores símbolos do capitalismo, a rede de fast-food McDonald's, decidiu sair de forma definitiva da Rússia após 30 anos de atividade no país. Após suspender de forma temporária o funcionamento de seus mais de 800 restaurantes, a cadeia de hambúrgueres anunciou que venderá seus negócios no país do leste europeu por causa da guerra na Ucrânia.
“A crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia e o ambiente operacional imprevisível precipitado levaram o McDonald’s a concluir que a propriedade contínua do negócio na Rússia não é mais sustentável, nem consistente com os valores da marca”, disse o McDonald's em comunicado.
Veja lista de alimentos e bens que ficarão mais caros com a guerra
Entenda porque a Ucrânia afundou seu principal navio de guerra de propósito
A expectativa é que companhia tenha um impacto financeiro entre R$ 6 bilhões (US$ 1,2 bilhão) e R$ 7 bilhões (US$ 1,4 bilhão) ao deixar a Rússia. O país representa 9% do faturamento total da empresa e 3% de seu lucro operacional.
O McDonald's administra diretamente mais de 80% de seus restaurantes que levam seu nome e empregava 62 mil funcionários.
O primeiro McDonald's no país foi aberto logo após a queda do Muro de Berlim e foi um símbolo poderoso do alívio das tensões da guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, que entraria em colapso em 1991.
Renaut também decidiu sair
Além da rede de restaurantes, a montadora francesa Renault anunciou a venda de seus ativos na Rússia ao deixar formalmente o país após a invasão da Ucrânia. Os ativos valem R$ 11 bilhões (cerca de 2,1 bilhões de euros ou US$ 2,29 bilhões), segundo a própria empresa.
Com 482.264 carros vendidos em 2021, a Rússia foi o segundo mercado mais importante para a Renault, ficando atrás apenas da França, em termos de volume de vendas, de acordo com os resultados de vendas do grupo em 2021.
Os diretores da empresa concordaram por unanimidade com a venda da Renault para a cidade de Moscou e sua participação majoritária na montadora russa AVTOVAZ para o NAMI (Instituto Central de Pesquisa e Desenvolvimento de Automóveis e Motores), de acordo com um comunicado divulgado nesta segunda-feira (16).
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que a cidade decidiu assumir a propriedade da fábrica e “retomar a produção de carros de passeio sob a histórica marca Moskvich”. “Vamos tentar manter a maior parte da equipe trabalhando diretamente na fábrica e com seus subcontratados”, escreveu Sobyanin.