• Relatório da consultoria abarca todo setor de refrigerantes, não apenas a Ambev;

• Cervejaria destacou que é transparente sobre os litígios tributários, e que estes são diferentes de "rombo";

• Acusação foi feita pela CervBrasil, associação que reúne competidoras da Ambev.

A Ambev respondeu à acusação da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). Segundo a gigante das bebidas nacionais, as alegações de que a empresa teria um "rombo" tributário são falsas e feitas de forma "oportunista e irresponsável".

A Ambev faz parte do guarda-chuva de empresas da 3G Capital, empresa de investimentos do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os mesmo que controlaram durante 40 anos a Americanas, varejista que nos últimos dias anunciou um passivo de R$ 47 bilhões. Atualmente a empresa de Lemann e sócios é uma das principais controladoras do mercado de bebidas no Brasil, especialmente o de cervejas.

As acusações foram feitas pela CervBrasil, associação formada por cervejarias concorrentes da Ambev, como as do Grupo Petrópolis. A entidade usou como base um estudo feito pela AC Consultoria, que apontou um rombo de R$ 30 bilhões em manobras tributárias da empresa de bebidas. Após a divulgação das alegações, a consultoria afirmou que o montante na verdade corresponde ao setor de bebidas como um todo, e que seu relatório não citou nominalmente a AmBev.

A publicação da AC Consultoria fala sobre a supervalorização de preços de ingredientes usados na fabricação de refrigerantes. Esses produtos são passíveis de isenção de impostos e geração de créditos fiscais na Zona Franca de Manaus. Com a inflação desses custos, a empresa estaria acumulando irregularmente mais créditos tributários do que deveria.

Em resposta, a Ambev respondeu: “Calculamos nossos créditos tributários com base na legislação e nossas demonstrações financeiras estão de acordo com as regras jurídicas e contábeis, com ampla transparência sobre os litígios tributários envolvendo a companhia”.

"Litígios tributários devidamente divulgados são muito diferentes de um suposto ‘rombo’”, afirmou a companhia. "Temos litígios tributários em que divergimos da interpretação do Fisco. Esses litígios são o reflexo da complexidade do sistema tributário brasileiro e uma realidade de muitas empresas”, explicou.

“Além disso, a própria imprensa esclareceu que o valor mencionado se refere a discussões de todo o setor de refrigerantes, e não apenas da Ambev”, finalizou a gigante.