Alerj entra na Justiça para evitar aumento do gás natural
Aumento de 50% no valor terá efeito logo em 1ª de janeiro
A distribuidora do estado Naturgy, também entrou com pedido junto ao Cade para impedir o aumento
Rio de Janeiro é o maior produto de gás natural do país
Nesta terça-feira, 28, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) entrou na Justiça para tentar evitar o aumento do custo do gás, decretado pela Petrobras.
Segundo os deputados, o aumento previsto de 50% nos preços do GNV e do gás encanado causará um grande impacto na população, especialmente na de baixa renda.
A estatal já vinha avisando que, com o fim do contrato neste ano, a renovação viria com um aumento de 100%, devido ao aumento do dólar e do petróleo.
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No entanto, após discussão com a Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), a estatal firmou a nova proposta em um reajuste de 50%, com vigor a partir de 1º de janeiro.
No entanto, tanto a Abegás, quanto a empresa distribuidora de gás no estado do Rio, a Naturgy, protocolaram junto ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) uma medida cautelar para manter o contrato atual por mais um ano.
Agora foi a vez dos políticos locais entrarem com medidas para impedir o aumento.
Aumento do gás foi maior que a inflação
Desde 2018, o valor do gás natural já sofreu uma alta de 120%. Na mesma época, a inflação bateu 23,58%. Ou seja, o aumento no preço do gás representa cada vez mais um peso no bolso da família brasileira.
"Os preços já estão elevadíssimos, pois são em dólar, apesar de a maior parte dos custos de produção ser em reais. Agora querem aumentar 50% em dólar no início do ano. A política de preços da Petrobras para o gás natural é um fator que dificulta a recuperação econômica do Brasil e do Rio de Janeiro, em particular. A nova Lei do Gás não era para baratear os preços?", indagou André Ceciliano, presidente da Alerj.
Rio de Janeiro é o maior produtor de gás nacional
Segundo Ceciliano, esse aumento tampouco faz sentido do ponto de vista logístico, visto que o estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de gás natural do país.
"Hoje, mais de 50% de todo gás produzido na Bacia de Santos é reinjetado nos campos de petróleo porque faltam gasodutos para escoar a produção. Isso precisa ser discutido. Estamos comprando gás importado enquanto desperdiçamos o que estamos produzindo", afirmou o deputado.
Com informações do jornal O Dia