Banco suíço é condenado por permitir lavagem de dinheiro envolvendo cocaína
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O Credit Suisse foi condenado por não impedir a lavagem de dinheiro efetuada por traficantes de cocaína;
Um ex-funcionário também foi considerado culpado por lavagem de dinheiro;
O banco foi multado em R$ 10,97 milhões.
O banco Credit Suisse foi condenado pelo Tribunal Criminal Federal da Suíça, nesta segunda-feira (27), por não impedir a lavagem de dinheiro efetuada por traficantes de cocaína da Bulgária. Esse foi o primeiro julgamento criminal que teve como alvo uma de suas principais instituições financeiras.
No julgamento, um ex-funcionário também foi considerado culpado por lavagem de dinheiro. Contando com depoimentos sobre assassinatos e dinheiro enfiado em malas, o processo é visto como um caso de teste para promotores que adotam uma linha mais dura contra os bancos do país.
Apesar de tanto o Credit Suisse quanto o ex-funcionário negarem irregularidades, os juízes analisaram se ambos os réus fizeram o suficiente para impedir que a quadrilha do tráfico de cocaína lavasse os lucros através do banco no período de 2004 a 2008.
"Essas deficiências permitiram a retirada dos ativos da organização criminosa, que foi a base para a condenação do ex-funcionário do banco por lavagem de dinheiro qualificada", disse o tribunal.
"A empresa poderia ter evitado a infração se tivesse cumprido suas obrigações organizacionais", disse o juiz presidente ao proferir o veredicto, acrescentando que os superiores do ex-funcionário foram "passivos".
O Credit Suisse disse que o caso surgiu de uma investigação que durou mais de 14 anos.
"O Credit Suisse está testando continuamente sua estrutura de combate à lavagem de dinheiro e a fortaleceu ao longo do tempo, de acordo com os padrões regulatórios em evolução", disse o banco.
O Credit Suisse foi multado em 2 milhões de francos suíços ( R$ 10,97 milhões). O tribunal também ordenou o confisco de bens no valor de mais de 12 milhões de francos que o traficante mantinha em contas no Credit Suisse e ordenou que o banco entregasse mais de 19 milhões de francos - valor que não poderia ser confiscado devido a deficiências internas na Crédito Suiço.
O tribunal concedeu ao ex-funcionário, que não pode ser identificado de acordo com as leis de privacidade suíças, uma pena suspensa de 20 meses de prisão e uma multa por lavagem de dinheiro.
A mensagem da ação legal
O fato da Suíça ter tomado medidas legais contra um banco global como o Credit Suisse poderia enviar uma mensagem poderosa em um país famoso por seu setor bancário, segundo especialistas em corrupção e lavagem de dinheiro.
"Este tem potencial para ser um momento decisivo para a Suíça", disse Mark Pieth, especialista em lavagem de dinheiro da Universidade de Basel, na véspera do julgamento.
"O que é significativo neste caso é que a Suíça está tomando medidas legais contra uma empresa e não qualquer empresa - o Credit Suisse é uma das jóias da coroa suíça," finalizou Pieth.