Ações do Deutsche afundam com mais turbulência bancária

(Bloomberg) -- O Deutsche Bank se tornou o mais recente foco da turbulência bancária na Europa, com um tombo nas ações e salto no custo sawps que protegem contra calote de dívida.

O banco, que se recuperou nos últimos anos após uma série de crises, disse na sexta-feira que vai fazer o resgatar antecipado de um título subordinado de nível 2.

Esse tipo de resgate geralmente visa dar aos investidores confiança na solidez do balanço, mas a reação do mercado sugere que a mensagem não convenceu.

“É um caso claro de um mercado que vende primeiro e faz perguntas depois”, disse Paul de la Baume, estrategista de mercado sênior da FlowBank. “Os traders não têm apetite de risco para manter posições durante o fim de semana, dado o risco bancário e o que aconteceu na semana passada com Credit Suisse e os reguladores.”

As ações do Deutsche caíram até 15%, a maior queda desde os primeiros dias da pandemia em março de 2020. O papel teve o pior desempenho em um índice de ações de bancos europeus, que caiu até 5,7%. Rivais com Commerzbank, o espanhol Banco de Sabadell e o francês Société Générale também tiveram quedas acentuadas.

Os declínios minam as esperanças entre as autoridades de que o resgate do Credit Suisse no fim de semana passado estabilizaria o setor como um todo.

Os bancos centrais, do Federal Reserve ao Banco da Inglaterra, elevaram juros mais uma vez nesta semana, mantendo o foco na inflação em meio à esperança de que o pior da turbulência financeira já teria passado.

Durante toda a semana, reguladores e executivos procuraram tranquilizar o mercado sobre a saúde do setor bancário. O membro do conselho de administração do Deutsche Bank, Fabrizio Campelli, disse na quinta-feira que a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, mediada pelo governo, não é “nenhuma indicação” do estado dos bancos europeus.

O CEO do Standard Chartered, Bill Winters, disse nesta sexta-feira que, embora ainda haja algumas questões a serem abordadas, “parece que a fase aguda da crise já passou”.

As quedas na Europa seguem as de bancos dos EUA, mesmo depois que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse aos congressistas que os reguladores estariam dispostos a novas medidas para proteger os depósitos, se necessário.

--Com a colaboração de Jan-Patrick Barnert.

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