4 fatores que podem aumentar o risco de covid longa
- Opa!Algo deu errado.Tente novamente mais tarde.
- NYT
A covid-19 Ă© uma doença que ainda reserva alguns mistĂ©rios e perguntas sem respostas para a ciĂȘncia, principalmente quando o tema sĂŁo as sequelas da infecção pelo coronavĂrus SARS-CoV-2. Isso porque pouco se sabe sobre o que leva as pessoas a desenvolverem quadros de covid longa. Agora, pesquisadores da Universidade de Washington e de outras instituiçÔes de pesquisa descobriram quatro fatores que podem aumentar esses riscos.
Publicado na revista cientĂfica Cell, o estudo acompanhou mais de 200 pacientes, entre dois a trĂȘs meses, apĂłs o diagnĂłstico da covid-19. Foram coletadas amostras de sangue e zaragatoas (cotonetes) nasais desses voluntĂĄrios que foram atendidos em ambulatĂłrios, mas nĂŁo necessariamente passaram por internação hospitalar. As coletas foram feitas entre 2020 e o inĂcio de 2021.
A partir das anĂĄlises de amostras dos voluntĂĄrios, os cientistas identificaram fatores biolĂłgicos que podem ajudar a prever se uma pessoa desenvolverĂĄ a covid longa ou nĂŁo. A seguir, confira os 4 fatores de risco:
Carga viral do coronavĂrus;
Presença de autoanticorpos;
Reativação do vĂrus Epstein-Barr (EBV);
Diabetes tipo 2.
Entenda os fatores de risco da covid longa
De acordo com os pesquisadores, um dos quatro fatores de risco para a covid longa Ă© o nĂvel de RNA do coronavĂrus no sangue no inĂcio da infecção. Este Ă© um indicador de carga viral, sĂł que nĂŁo Ă© o Ășnico sinal. Por isso, mesmo pessoas com baixa carga viral podem apresentar as sequelas da covid-19.
Outra questĂŁo de risco Ă© a presença de determinados autoanticorpos, ou seja, anticorpos que atacam "erroneamente" o prĂłprio organismo do paciente. Esses tipos de anticorpos sĂŁo comuns em pessoas com lĂșpus e artrite reumatoide, por exemplo.
Segundo os cientistas, um terceiro fator de risco Ă© a reativação do vĂrus Epstein-Barr (EBV). O agente infeccioso Ă© conhecido por causar a mononucleose, tambĂ©m conhecida como "doença do beijo". Recentemente, um outro estudo propĂŽs que a infecção pode ter relação com a esclerose mĂșltipla em alguns pacientes.
Por fim, o quarto fator Ă© a presença de diabetes tipo 2. No entanto, os autores alertam para a necessidade de mais estudos investigarem e, no futuro, confirmarem essa relação. Isso porque este Ă© um estudo pequeno e envolveu exatos 209 participantes. AlĂ©m disso, pode ser que a condição seja apenas uma das vĂĄrias â mas ainda desconhecidas â que aumentem o risco da covid longa.
Mais estudos sobre sequelas
âRealizamos essa pesquisa, porque sabemos que os pacientes vĂŁo aos mĂ©dicos e eles dizem que estĂŁo cansados o tempo todo ou o que quer que seja, e o mĂ©dico apenas diz para eles dormirem mais. Isso nĂŁo Ă© muito Ăștil. EntĂŁo, querĂamos realmente ter uma maneira de quantificar e dizer que hĂĄ realmente algo errado com esses pacientesâ, explicou o cientista e um dos autores do estudo, Jim Heath, para o jornal The New York Times.
Além do cansaço, pacientes com a covid longa podem apresentar dores de cabeça, névoa mental, falta de ar e dificuldades para dormir (ansiedade). Essas sequelas podem durar por pelo menos 8 meses, dependendo do paciente.
No momento, a covid longa Ă© uma complicação ainda desconhecida e hĂĄ pouco o que fazer para acelerar a recuperação dos pacientes. Com mais conhecimento sobre o tema, Ă© possĂvel auxiliar e acelerar a melhora clĂnica dos doentes.
âEsta pesquisa enfatiza a importĂąncia de fazer mediçÔes no inĂcio do curso da doença para descobrir como tratar os pacientes, mesmo que ainda nĂŁo saibamos como vamos usar todas essas informaçÔesâ, destacou Heath. âUma vez que vocĂȘ começa a medir algo, entĂŁo vocĂȘ pode começar a fazer algo sobre issoâ, completou.
Fonte: Canaltech
Trending no Canaltech: