KitchenAid processa Philco por 'imitar' batedeiras de luxo da marca
Empresa acusa a Philco de concorrência desleal e plágio;
Philco diz que cumpre normas e regulamentações da legislação;
Companhias aguardam agora a realização de uma perícia independente.
A Whirlpool, dona de marcas como Brastemp, Consul e KitchenAid, está processando a Philco por concorrência desleal e suposto plágio de uma das marcas do grupo. De acordo com a ação, a Philco imita o conjunto de elementos que identificam uma linha de batedeiras da KitchenAid. Enquanto os modelos "originais" custam entre R$ 2,3 mil e R$ 2,5 mil, as opções da Philco saem a partir de R$ 230.
A ação está em andamento na 2ª Vara Empresarial e de Conflitos de Arbitragem de São Paulo. O processo inclui fotografias e uma perícia comparando as semelhanças de cor e destacando o vermelho característico de seus produtos, que teria sido plagiado pela concorrente.
A Whirpool afirmou nos autos que a Philco “lançou uma linha de cinco batedeiras, todas com design muito semelhante (ao da Artisan), contendo diferenças mínimas nos detalhes, de potência e de recursos (batedeiras comum, orbital e planetária), cujas formas consistem em desnecessária imitação do trade dress das afamadas batedeiras” da KitchenAid.
A Philco se defende e diz que os pedidos de liminar da Whirlpool foram negados. Afirma ainda que não infringiu qualquer direito da Whirlpool, “tendo em vista que esta não detém direitos ilimitados sobre o ‘trade dress’ da batedeira”, afirmou ao Valor Econômico.
Em nota, a empresa diz ainda que cumpre normas e regulamentações da legislação, e toma as medidas necessárias para garantir “as melhores e mais rigorosas medidas de controle de qualidade”. A Whirlpool não se manifestou até o momento.
O juiz Luiz Felipe Bedendi, em uma análise preliminar do caso, disse que, “embora se vislumbrem semelhanças entre as batedeiras culinárias ‘Artisan KitchenAid’ (...) e aquelas fabricadas pela ré (...), as provas carecem de isenção, sendo necessária a avaliação de um especialista da confiança do juízo”, diz a sentença. As companhias aguardam agora a realização de uma perícia independente.