Guerra na Ucrânia ainda impulsiona a alta no preço do trigo e do óleo de soja
Alta dos produtos ocorre mundialmente em meio a à demanda aquecida e estoques reduzidos;
O preço do trigo subiu 2,3% de março a abril no mercado interno;
O preço do óleo de cozinha subiu 37,3% em um ano.
Os preços das commodities agrícolas continuam a ser impulsionados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), oléo de soja e o trigo tem oferta diretamente ligada ao conflito.
O preço do trigo subiu 2,3% de março a abril no mercado interno. Em um ano (abril de 2021 a abril de 2022), a alta do valor pago pelo cereal no mercado interno foi de 18,5%, atingindo R$ 1.903 por tonelada, conforme o levantamento da Abia. O preço em dólar do cereal importado avançou 1,8% no mês e 76% no ano, de acordo com o relatório da Abia.
A commodity, que é um dos principais produtos exportados por Rússia e Ucrânia, está com a oferta mundial prejudicada, em meio a à demanda aquecida e estoques reduzidos. O presidente da Abia, João Dornellas, explica através de nota que o mercado global de trigo continua com "muitas incertezas".
"Os preços internacionais permanecem com tendência de alta, elevando os do mercado interno e os dos demais países do Mercosul", afirmou Dornellas,
O óleo vegetal é outra commodity fortemente impactada pelo conflito no leste europeu. De acordo com a Abia, a Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo e, consequentemente, os efeitos da guerra levaram os preços do óleo de soja a um patamar recorde, segundo a Abia.De acordo com o levantamento da entidade, no mercado interno, o preço do óleo de soja caiu 1,9% em abril ante março, mas acumula alta de 37,3% em um ano, para R$ 11.189 a tonelada ao fim de abril.
"Os preços tendem a permanecer elevados nos mercados interno e externo devido ao aumento da demanda mundial por óleo de soja, diante das restrições de oferta. Maior exportadora mundial, a Argentina está com restrição de produção e a Indonésia restringiu a exportação de óleo de palma, o que aumenta a demanda por óleo de soja, pressionando a oferta de óleos vegetais no curto prazo", projeta Dornellas.