EUA pedem que redes sociais "guardem provas" de possíveis crimes da Rússia
Países estão em guerra desde fevereiro deste ano;
Rússia é acusada de centenas de crimes de guerra;
Moscou nega as afirmações e diz que busca desarmar o país vizinho.
Membros do congresso dos Estados Unidos enviaram uma carta aos CEOs das plataformas YouTube, TikTok, Twitter e Meta pedindo para que empresas "preservem e arquivem" potenciais provas de crimes de guerra cometidos pelas forças russas na Ucrânia. Os países estão em guerra desde fevereiro deste ano.
A carta foi assinada pelos representantes democratas Carolyn Maloney, Gregory Meeks, Stephen Lynch e William Keating, que pedem para que os gigantes das redes sociais "sinalizem e arquivem conteúdos com potenciais crimes de guerra". As informações foram reveladas pelo canal norte-americano NBC News.
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“As plataformas de redes sociais eliminam frequentemente conteúdos gráficos que glorificam violência ou sofrimento humano, ou que possam levar a mais violência, e têm o direito de implementar medidas para proteger os seus usuários”, diz o documento.
A carta continua, afirmando que eliminar este tipo de publicações poderá “levar à remoção intencional e permanente de conteúdos que podem ser usados como provas de potenciais violações de direitos humanos, como é o caso de crimes de guerra, crimes contra a humanidade, e genocídio”, complementa a nota.
O documento justifica ainda que, caso a veracidade dos conteúdos seja confirmada, estes poderão “ajudar a substanciar as alegações de crimes de guerra e de outras atrocidades cometidas pelas forças russas na Ucrânia contra o povo ucraniano”.
Acusações contra a Rússia
A Rússia chama suas ações na Ucrânia de “operação especial” para desarmar o país e protegê-lo dos fascistas, negando que suas forças cometeram abusos. Entretanto, o país vizinho diz que identificou mais de 10.000 possíveis crimes de guerra.
Enquanto é acusada de atrocidades e brutalidade contra civis, a Rússia nega mirar civis ou qualquer envolvimento em crimes de guerra e acusa Kiev de encená-los para difamar suas forças.
Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, disse na quinta-feira (12) que há muitos exemplos de possíveis crimes de guerra desde a invasão russa e que 1.000 corpos foram recuperados até agora na região de Kiev.
Nesta sexta-feira (13), um tribunal ucraniano começou a julgar o primeiro caso de crime de guerra decorrente da invasão da Rússia. O réu é um soldado russo capturado pelo assassinato de um civil de 62 anos.