Asa de frango a US$ 34: alimentos nos EUA devem subir ainda mais
(Bloomberg) -- Com o galĂŁo de leite 25% mais caro que antes da pandemia e o preço do bacon 35% mais alto, fica difĂcil para os americanos imaginarem como a inflação de alimentos poderia piorar nos EUA. Mas as evidĂȘncias sugerem que hĂĄ mais pressĂŁo de alta no horizonte.
Os consumidores até agora foram protegidos do impacto total das despesas crescentes enfrentadas por produtores, distribuidores e pequenas empresas como restaurantes. Mas eles não podem segurar o repasse por muito mais tempo.
Ă o caso de Jeff Good, dono de trĂȘs restaurantes em Jackson, no estado do Mississippi. Cerca de 18 meses atrĂĄs, uma caixa de 40 libras (18 quilos) de asas de frango custava cerca de US$ 85. Agora, pode chegar a cerca de US$ 150.
As despesas com Ăłleo de cozinha e farinha quase dobraram nos Ășltimos cinco meses, disse ele. Mas nĂŁo sĂŁo apenas os preços dos ingredientes que estĂŁo subindo. Ele estĂĄ pagando mais por mĂŁo de obra e serviços tambĂ©m. AtĂ© mesmo a empresa que faz a manutenção de seus aparelhos de ar condicionado introduziu uma taxa de combustĂvel de US$ 40 por visita. Para lidar com isso, ele aumentou os preços do cardĂĄpio.
Um pedido de 15 peças de asas de frango na sua rede de pizzarias Sal & Mookieâs custava US$ 13,95 antes da pandemia. Agora, os custos das asas podem variar tanto que sĂŁo rotulados como âpreço de mercadoâ, como alguns restaurantes fazem com lagosta. Nos picos, o preço do pode ser de cerca de US$ 27,95 â mas isso representa uma margem quase inexistente â e Good estima que o âcusto realâ esteja mais prĂłximo de cerca de US$ 34.
Ele estå tentando decidir se continua aumentando os preços ou tira as asas do cardåpio.
âNunca, nunca vimos nada parecido com o que estamos vendo agoraâ, disse Good, que abriu seus restaurantes hĂĄ quase 30 anos.
A diferença entre os preços recebidos pelos produtores por seus produtos e os pagos pelos clientes nas caixas registradoras pode ser observada comparando-se os Ăndices de preços ao produtor e ao consumidor.
Os preços ao consumidor de alimentos subiram 9,4% em abril em comparação com o ano anterior, o maior ganho desde 1981, segundo dados do governo. Houve aumentos recordes para frango, frutos do mar frescos e comida para bebĂȘs.
Mas muitos custos de alimentos ao produtor tĂȘm acelerado mais rĂĄpido do que os preços para o consumidor. Em abril, os preços mĂ©dios de alimentos no atacado no saltaram 18% em relação ao ano anterior, segundo dados do governo divulgados em 12 de maio. Foi o maior em quase cinco dĂ©cadas. Os ovos subiram 220%, a manteiga saltou 51%, as gorduras e Ăłleos subiram 41% e a farinha 40%, disse a National Restaurant Association.
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