6 escândalos protagonizados por bilionários
O grande escândalo em que bilionários se envolveram nos últimos 2 anos foi ter aumentando exponencialmente suas fortunas;
Riqueza somada dos 10 homens mais ricos do mundo dobrou durante a pandemia;
Sonegação é um dos itens relacionados na lista.
Muito se especula sobre bilionários e seus costumes por vezes excêntricos. De fato essas pessoas que acumulam fortunas imensuráveis para boa parte da população mundial, despertam muita curiosidade e chamam a atenção quando se envolvem em polêmicas.
Contudo, talvez o grande escândalo em que bilionários se envolveram nos últimos dois anos, durante o período histórico de recessão econômica causado pela pandemia do coronavírus, foi ter aumentando exponencialmente suas fortunas.
De acordo com relatório divulgado pela Oxfam, os bilionários adicionaram cerca de US$ 5 trilhões (R$ 23,5 trilhões na cotação atual). O valor exacerba a desigualdade econômica, uma vez que milhares de pessoas ao redor do mundo foram ainda mais empurradas para a pobreza e a fome.
Ainda segundo o levantamento, a riqueza somada dos 10 homens mais ricos do mundo - incluindo Jeff Bezos e Elon Musk - dobrou durante a pandemia e atualmente é seis vezes maior do que a metade mais pobre do mundo.
Além do aumento de suas fortunas em meio a uma pandemia mundial, veja outros 6 escândalos envolvendo bilionários que foram listados pela revista Forbes:
Sonegação de impostos de Robert F. Smith
Os rendimentos inventados do Luckin Coffee
Os laços financeiros de Leon Black e Jeffrey Epstein
O engavetamento do IPO do Ant Group, de Jack Ma
O Wirecard e o sumiço de US$ 2 bilhões de Markus Braun
O barulho de Bill Gross e a música tema de “Gilligan’s Island”
Sonegação de impostos de Robert F. Smith
Smith, CEO de uma empresa de private equity e o homem negro mais rico da América, responsável por arcar com os custos dos financiamentos estudantis para toda a turma do Morehouse College em 2019, perdeu o respeito de muita gente quando confessou, em outubro, “um esquema ilegal para esconder rendimentos e evitar impostos”.
Na época, ele pagou uma multa pesada para encerrar a questão. No mesmo mês, policiais federais revelaram que Smith admitiu ter colocado US$ 200 milhões (R$ 940,5 milhões) em contas estrangeiras e sonegado impostos durante 15 anos, entre 2000 e 2015. Smith fechou um acordo extrajudicial com o Ministério da Justiça e concordou em pagar US$ 139 milhões (R$ 653,6 milhões) em multa – a maior de todos os tempos. Ele também concordou em ajudar a receita federal norte-americana a chegar ao milionário do Texas, Robert Brockman, um ex-cliente de Smith na Goldman Sachs e supostamente o primeiro investidor na empresa de private equity Vista Equity.
Brockman foi acusado, em outubro, de esconder US$ 2 bilhões (R$ 9,41 bilhões) das autoridades fiscais em contas offshore no que pode ser o maior esquema de sonegação de impostos da história. Quando perguntado sobre essa questão na conferência online DealBook do “New York Times” no meio de novembro, Smith se referiu à situação como um erro. “Se você comete erros, é preciso, de alguma forma, esclarecê-los, resolvê-los e ir além deles.” No final de novembro, Brian Sheth, cofundador e amigo pessoal de Smith, disse à Forbes que estava deixando a Vista Equity, colocando fim a uma parceria formada em 2000.
Os rendimentos inventados do Luckin Coffee
Com o objetivo de se tornar maior que a Starbucks na China, o Luckin Coffe listou suas ações na Nasdaq em maio de 2019 e impressionou os investidores com o bom desempenho. A rede chinesa de café tentou conquistar uma participação de mercado ao oferecer descontos e promoções como “compre um e leve dois”. As ações dispararam em março e o CEO, Jenny Zhiya Qian, tornou-se bilionário por um breve período de tempo ao lado do presidente e fundador, Charles Zhengyao Lu.
Até que a companhia norte-americana especializada em due diligences e investigações privadas Muddy Waters Research alegou ter encontrado fraudes na Luckin e as ações começaram a cair. Em abril, a empresa anunciou que uma investigação interna descobriu que o diretor de operações da Luckin, Jian Liu, junto com vários subordinados, havia falsificado US$ 310 milhões (R$ 1,45 bilhão) em transações. No final de abril, o presidente da Luckin estava US$ 1 bilhão (R$ 4,7 bilhões) mais pobre. À medida que as ações caíam ainda mais, seu patrimônio líquido diminuiu para cerca de US$ 800 milhões (R$ 3,7 bilhões). A fortuna de Qian caiu para menos de US$ 1 bilhão em meados de março.
Em 16 de dezembro, a Luckin Coffee concordou em pagar US$ 180 milhões (R$ 846 milhões) à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) para encerrar a investigação sobre rendimentos falsos. A empresa não confirmou ou negou as alegações feitas pela SEC, e ninguém foi acusado.
Os laços financeiros de Leon Black e Jeffrey Epstein
Em outubro, uma reportagem do “New York Times” revelou que Leon Black, o bilionário fundador da empresa de private equity e investimentos Apollo Management, pagou ao financista Jeffrey Epstein cerca de US$ 50 milhões (R$ 235 milhões) por consultoria financeira pessoal entre 2012 e 2017. O período de tempo significa que Black contratou os serviços de Epstein muito depois de ele ter sido condenado em 2008 por prostituição de menores na Flórida.
A acusação resultou em um acordo que permitiu a Epstein cumprir o que muitos chamaram de uma pena leve de prisão em uma instituição carcerária municipal. Black expressou arrependimento por sua associação com Epstein desde sua prisão, em 2019, disse que Epstein nunca tratou de negócios com a Apollo e afirmou que “desconhecia” a suposta rede de tráfico sexual de meninas menores de idade. Epstein se suicidou em uma prisão de Manhattan em agosto de 2019 enquanto aguardava julgamento.
O engavetamento do IPO do Ant Group, de Jack Ma
Diretor executivo, Alibaba Group
(CNBC)
Os reguladores financeiros da China interromperam, em novembro, a oferta pública de ações de US$ 35 bilhões (R$ 164,5 bilhões) do Ant Group nas bolsas de valores de Hong Kong e Xangai – poucos dias antes de a empresa abrir o capital no que seria a maior operação do tipo no mundo.
Jack Ma, cofundador e presidente da gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba, é o maior acionista individual do Ant Group, um braço do Alibaba que permite pagamentos online e faz empréstimos a consumidores. A bolsa de valores de Xangai mencionou “mudanças significativas” no ambiente regulatório como o motivo da suspensão do IPO, mas deu poucos detalhes, segundo a “Bloomberg”. Cerca de uma semana antes do anúncio, durante uma conferência em Xangai, Ma culpou os regulamentos financeiros chineses de sufocarem a inovação.
O “Wall Street Journal” noticiou que o presidente chinês Xi Jingping matou pessoalmente o IPO em retaliação às críticas de Ma. No final de dezembro, as autoridades chinesas anunciaram uma investigação antitruste no Alibaba e recomendaram que o Ant Group auto-implemente as regulamentações financeiras, frente à intenção em Pequim de limitar o crescimento e o poder das empresas de tecnologia.
O Wirecard e o sumiço de US$ 2 bilhões de Markus Braun
Em junho de 2020, foi divulgada a notícia de que US$ 2 bilhões (R$ 9,4 bilhões) haviam “desaparecido” de seu balanço. Braun renunciou ao cargo de CEO quando o escândalo contábil atingiu as ações da empresa. No final de junho, ele foi preso e acusado de supostamente inflar as vendas e o balanço patrimonial da Wirecard com transações falsas para melhorar sua imagem diante dos investidores. Braun nega qualquer delito e está detido em uma prisão da Baviera enquanto os promotores de Munique concluem a investigação.
A empresa acabou admitindo que os US$ 2 bilhões era um dinheiro que nunca existiu. As ações da Wirecard sofreram uma queda de quase 90% na semana após o desaparecimento dos fundos. Sua participação de 7% na Wirecard, se ainda existisse, valeria apenas US$ 4 milhões (R$ 18,8 milhões) no final de dezembro.